Cerca de duas mil pessoas em São Paulo. Trezentas no Rio de Janeiro. Cem em Belo Horizonte. Esses foram os números das manifestações contra a Copa do Mundo – ansiosamente aguardadas por parte da imprensa – em algumas capitais do país no último dia 25.
Foram minúsculas diante de tanta insuflação na mídia e nas redes sociais. Mesmo assim, as manifestações foram parar nas manchetes.
A mídia, na prática, escondeu o fracasso dando destaque à repressão da Polícia Militar e ao chamado vandalismo, olhando para junho e julho, quando acontece a Copa do Mundo.
A torcida dos jornalões contra a Copa é muito maior do que os atos que ocorreram. Colunistas, reportagens e editoriais tentam fazer crescer um sentimento que não está presente na maioria da população, em uma nova jogada política e eleitoral – como diversas vezes denunciou aqui o ex-ministro José Dirceu.
Há, claro, questionamentos em relação à Copa. E é legítimo que haja. Mas, em sua maioria, não são contra o evento, são em relação a determinados pontos. E sobre eles, é bom que se leia o ótimo artigo de Antonio Lassance sobre o tema que postamos aqui ontem.
Repressão descabida
Independentemente do debate sobre os atos, é inevitável concluir que a Polícia Militar agiu com sua costumeira durante o protesto na capital paulista nesse sábado.
O estoquista Fabrício Nunes Fonseca Mendonça Chaves, de 22 anos, foi baleado pela PM em Higienópolis. Foram três tiros. A polícia alega que o jovem usou um estilete para atacá-los.
O governador Geraldo Alckmin, o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, o comando da PM insistem em dizer que a ação foi correta, que foi tudo certo. O caso está sendo investigado pela corregedoria.
Como bem avaliou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, não é possível fazer prejulgamento sore o caso. Vamos esperar a investigação da corregedoria.
Mas uma coisa é certa: todas as vezes que a PM tucana age, as manifestações desandam para a violência e a truculência. Só sabe agir atirando, ferindo e até matando. Falta inteligência, falta preparo. Fica cada diz mais claro que PM não sabe como agir em manifestações. E acaba dando no que sempre dá.
fonte http://www.zedirceu.com.br/
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