20 de jan. de 2014

Senadora pede reflexão quanto a "rolezinhos"

Polêmica dos rolezinhos exige bom senso e reflexão, afirma presidente da CDH
Protesto diante do Shopping Leblon, no Rio,
que fechou as portas para evitar rolezinho
Combinado pelas redes sociais, o encontro de jovens da periferia em shoppings de grandes cidades virou polêmica nacional e foi parar na Justiça. Diante da repressão policial e da crítica de lojistas e empresários, senadores pedem bom senso para que os "rolezinhos" não gerem violência ou discriminação.
Na avaliação da presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), Ana Rita (PT-ES), esse tipo de movimento é novo e exige análise cuidadosa.

- É um negócio extremamente novo, nunca aconteceu no nosso país, está começando agora. Então, acho que a gente tem que conversar sobre isso. Merece uma reflexão - observa.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembra que qualquer pessoa tem o direito de frequentar espaços públicos, desde que de forma pacífica.

- Os shoppings devem assegurar o direito de toda e qualquer pessoa que tenha um comportamento civilizado e não de destruição ou de perturbação - opina.

Já o senador Paulo Paim (PT-RS) acredita que as pessoas não podem ser proibidas de frequentar espaços abertos ao público em razão de sua aparência ou classe social. Ele defende o diálogo para resolver a situação de conflito.

- Simplesmente proibir eu acho que é descabido. Por que vão proibir certos setores de ali andar? Agora, cuidar, conversar, dialogar, exigir a linha de uma conduta adequada com aquele ambiente eu não vejo problema nenhum. Não dá pra fazer disso uma guerra - afirmou.

Opinião semelhante tem a presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB do Distrito Federal, Indira Quaresma, que alerta para o fato de a Constituição vedar o racismo e a discriminação.

- Se as pessoas estão indo ao shopping, exercendo o direito de ir e vir, num lugar aberto ao público, ainda que cantando ou manifestando sua opinião de alguma forma, desde que não agridam ninguém, elas têm todo o direito de estar lá. Vamos fazer todo o possível para que esse direito de liberdade e de manifestação seja respeitado - diz a advogada.

Mais repressão
No fim de semana, a Alshop, associação que representa lojistas de shoppings de todo o país, voltou a defender a suspensão dos rolezinhos, bem como o aumento do policiamento e da punição dos envolvidos nos passeios. A entidade teme mais prejuízos, já que os movimentos deixaram as fronteiras de São Paulo e se espalharam por outros estados.

Na quinta-feira (16), o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, criticou a repressão policial, defendeu os jovens e disse que os "conservadores" do país têm de se conformar com o fato de os direitos agora serem iguais para todos.

Agência Senado

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