Estudante de Feira de Santana vence concurso promovido pela Universidade Harvard
Geórgia Gabriela da Silva Sampaio, estudante de 18 anos, foi uma das cinco vencedoras do concurso Village to Raise a Child, promovido pela Universidade Harvard, dos EUA, com patrocínio da Coca-Cola, que reconhece o trabalho de cinco estudantes do ensino médio de vários países em projetos nas áreas de saúde, educação ou inovação, que contribuem para o desenvolvimento de sua região e procuram soluções para problemas comunitários.
Nascida em Feira de Santana, Geórgia propôs a criação de um kit para diagnosticar com baixo custo e rapidez, e de forma não invasiva, a endometriose, doença que atinge entre 10% e 15% das mulheres em idade reprodutiva. No Brasil, 6 milhões de mulheres sofrem com a moléstia, caracterizada pela presença de células do endométrio fora do útero e pode provocar dor, sangramento e infertilidade.
“Comecei a pesquisar e notei que a falta de um diagnóstico precoce é que aumenta o risco da doença e de outros estágios dela. Como o sintoma principal é a dor durante a menstruação, as mulheres passam muito tempo sem procurar tratamento”, disse Geórgia ao jornal A Tarde.
“A média de atraso na busca de tratamento é sete anos. Enquanto isso, a endometriose avança e pode atingir outros órgãos. O tratamento e o diagnóstico são muito caros”, explicou.
Além de Geórgia, também foram premiados um grupo de alunos das Filipinas, com um projeto na área de computação; a jovem Kavindya Thennakoon, do Sri Lanka, e o estudante Rastraraj Bhandari, do Nepal, com projetos educacionais; e a brasileira Raissa Muller, gaúcha de Novo Hamburgo, aluna de uma escola técnica de química, que desenvolveu um material que funciona como uma esponja e facilita a contenção de vazamentos de óleo.
O anúncio dos cinco vencedores foi feito no dia 5 de outubro. Eles foram escolhidos entre um grupo de 15 finalistas selecionados numa votação pela internet – cada um teve de enviar um vídeo de 4 minutos em inglês explicando o seu projeto.
Todos estarão em Harvard, no início de novembro, para participar da Igniting Innovation Summit — a maior conferência de empreendedorismo social entre universidades norte-americanas. Também ganharão um ano de mentoria com estudantes e professores da Harvard Social Innovation Collaborative (SIC), organização responsável pelo concurso.
Apaixonada por ciência, línguas, música e causas sociais, Geórgia se formou no ensino médio em 2013, mas adiou sua entrada na universidade, embora tenha passado em quatro vestibulares no Brasil – seu interesse é estudar no exterior.
Já tentou ingressar em duas instituições norte-americanas, mas ainda não conseguiu. Torce para que a vitória no concurso de Harvard viabilize seu projeto. Filha de um comerciante e uma cabeleireira, trabalha como voluntária em Feira de Santana desde o segundo ciclo do ensino fundamental – participou de campanhas de arrecadação de doações e colaborou com um projeto de entretenimento para crianças carentes.
Atualmente, é coordenadora local da organização não governamental Estudantes pela Liberdade, que promove projetos sociais a partir do ambiente acadêmico.
fonte bahiaciencia.com.br
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