31 de mai. de 2016

Parte da população não se deu conta de que está "anestesiada"

Foto Tribo das Artes/Jenaide/Vitelli
Foto Tribo das Artes/Jenaide/Vitelli
Vi coisas boas e coisas ruins viajando no BRT e cheguei a conclusão de que parte da população não se deu conta de que está "anestesiada"
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

Nesta terça-feira (31) fiz uma viagem de BRT da Rodoviária do Plano Piloto ao Gama e ví coisas boas e ruins compartilhadas pelos trabalhadores que ali estavam. Só para esclarecer: os rodoviários fizeram uma paralisação hoje das 12h às 14h, mas o Expresso DF só retornou a circular às 15:30h.

  • A primeira coisa boa que vi foi a maioria dos trabalhadores discutindo, debatendo política durante a viagem de cerca e 35min
  • Vi um trabalhador dizer que "o governo Agnelo foi o que mais fez obras no DF", mas vi esse mesmo trabalhador dizer que se "os rodoviários querem fazer greve, que façam pra lá, mas parar de rodar e prejudicar a população não".
  • Ouvi outro trabalhador dizer que o Expresso DF Sul "foi uma obra muito boa do Agnelo", mas que "o Arruda iria colocar o VLP - Veículo Leve Sobre Pneus - para o Expresso DF, que é muito melhor que os veículos atuais utilizados". Fiquei muito preocupado, porque nós estávamos em um VLP e aquele trabalhador não sabia disso... OPS!, creio que ele se referia ao VLT, Veículo Leve Sobre Trilhos, que não é o veículo utilizado no BRT.
  • Ví trabalhador contar orgulhoso que o filho "formou em adevogado pelo ProUni" e uma trabalhadora ao seu lado, com sorriso franco, dizer que a filha "formou em medicina pelo sistema de cotas na UNB". Mais adiante ouvi do pai do advogado formado pelo ProUni que "não vejo a hora de ver o pai do petrolão (referindo-se a Lula) na cadeia". Em seguida, a mãe negra, da médica negra que foi "formada na UNB" perguntou ao pai do "adevogado": "E a vaca da Dilma, num vai presa também não?"...
  • Vi um trabalhador ceder o seu lugar à uma senhora que estava em pé, o que alegrou-me os olhos. Mas doeu-me os ouvidos quando esse trabalhador bradou que "o melhor governador de Brasília foi o Roriz, ele roubou sim, mas fez muito pelo povo!"...
Fiz uma viagem quase que, em sua totalidade, em linha reta, mas senti-me o tempo todo em um tobogã, subindo e descendo, ora feliz, ora entristecido... 

Também compadeci-me daqueles trabalhadores que foram submetidos à uma super dose dessa anestesia, chamada imprensa golpista.

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