12 de nov. de 2016

É proibido morrer no DF.

DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES
Cemitérios do DF terão que exumar corpos para evitar lotação
Situação em Taguatinga é a mais crítica, com previsão de atingir capacidade total em três meses. Unidade exumará 200 cadáveres

A morte de um ente querido não é fácil. E a dor da perda pode ficar ainda mais angustiante com a atual situação dos cemitérios do Distrito Federal. Segundo dados divulgados pela empresa Campo da Esperança, responsável pela gestão das seis unidades da capital, ao menos dois espaços estão prestes a atingir a capacidade total, e os projetos para ampliação estão travados.

Hoje, a situação mais crítica é a de Taguatinga, onde a previsão é de que, em três meses, não seja mais possível realizar novos sepultamentos. Por essa razão, a empresa anunciou que vai exumar cerca de 200 corpos sepultados entre 1974 e 2007 no Cemitério São Francisco de Assis. A medida visa evitar a lotação total.

No Gama, o limite deve ser atingido em nove meses. Ainda segundo a empresa, o campo da Asa Sul, o maior do DF, esgotará sua capacidade em até três anos. Nas outras unidades — Brazlândia, Sobradinho e Planaltina — não há problema imediato, pois a estimativa de lotação é daqui a oito anos.

A exumação de cadáveres é uma medida amparada por decreto editado pelo GDF em agosto de 1999. O texto prevê que, “não havendo fato impeditivo, os despojos mortais da ‘área social’, destinadas aos indigentes ou as pessoas que não possuem dinheiro para pagar por um enterro, serão exumados e recolhidos em ossário, devidamente registrados e em conformidade com as prescrições sanitárias”. 

A reportagem questionou o GDF sobre os projetos de ampliação dos cemitérios do Distrito Federal. No entanto, até a última atualização desta matéria, o governo não havia se manifestado.

Ampliação
A Campo da Esperança venceu a licitação em 2001, com contrato válido por 30 anos. Mesmo assim, deve obedecer a uma tabela de preços e serviços determinada pelo governo. Famílias que tenham a baixa renda comprovada devem procurar um dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras). Nesses casos, o GDF arca com as despesas fúnebres. 

No total, são realizados cerca de 900 sepultamentos mensais em Brasília. Metade das pessoas é sepultada em túmulos com a família. No DF, não há cemitério público nem crematório — o mais perto fica em Valparaíso de Goiás (GO).

“A Campo da Esperança apresentou proposta ainda durante o processo licitatório da concessão dos cemitérios do DF, em 2001. Em 2004, foram pedidas a liberação da área e a licença ambiental para que fosse possível dar início à construção do crematório. As autorizações, porém, ainda não foram concedidas pelo governo do DF”, informou a empresa, por meio de nota.

do Portal Metrópoles

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