6 de mai. de 2012

ÍNDIOS DE PERNAMBUCO: PANKARARU



PANKARARU

Lúcia Gaspar 
Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco 
pesquisaescolar@fundaj.gov.br 

Cerca de 3.670 índios Pankararu ou Pankaru, vivem numa área de 8.100 hectares no município de Tacaratu, numa reserva indígena localizada entre a sede do município e a cidade de Petrolândia, nas margens do rio São Francisco, em Pernambuco. 
O centro da reserva, cujas terras foram demarcadas em 1942, é a localidade de Brejo dos Padres, um pequeno vale de terras férteis que possui várias fontes de água. Há também diversas outras comunidades como Tapera, Serrinha, Marreca, Caldeirão, Bem-Querer e Cacheado. 
A presença de não-índios na reserva vem de muitas gerações. A partir de 1979, no entanto, com o aumento dessa população tem ocasionado grande número de conflitos entre posseiros e indígenas. 
A referência histórica mais antiga sobre a tribo é do século XVII, data do surgimento da vila da Tacararu, onde existia uma maloca ou ajuntamento de índios Pankararu, chamado de Cana Brava. Há indícios que a fundação da aldeia tenha sido em 1802. 
A base da economia Pankararu é a agricultura. As principais culturas são a do feijão, do milho e da mandioca. Os índios também comercializam a pinha, fruta típica da região e têm no artesanato uma fonte de renda complementar. A fabricação de farinha de mandioca, nas casas de farinha é, ainda, uma atividade comunitária entre os Pankararu. 
Devido ao trabalho realizado pelos missionários, os índios cultuam a religião católica, observam o calendário de festas populares religiosas, mas mantêm também rituais, danças e folguedos próprios da sua cultura. 
Suas festas típicas mais importantes são a Corrida ou Festa do Umbu e a do Menino do Rancho. Sobre esses rituais eles guardam uma certa reserva. 
A Dança dos Bichos é outra manifestação cultural típica dos Pankararu. Nessa dança ganham aqueles que conseguirem representar melhor os movimentos de animais como o porco, o cachorro, a formiga e o sapo. 
O toré é dançado ao ar livre por homens, mulheres e crianças, de preferência nos fins de semana. O ritmo é marcado pelo som de maracás feitos de cabaças. Os versos da música são cantados em português, misturados com expressões do antigo dialeto da tribo. 
É nas danças e nos rituais que a cultura dos índios Pankararu está mais bem representada. Do dialeto da tribo só existem alguns vestígios nos cantos que acompanham as danças. Sua língua nativa não conseguiu sobreviver. 

FONTES CONSULTADAS: 
AS COMUNIDADES indígenas de Pernambuco. Recife: Instituto de Desenvolvimento de Pernambuco-Condepe, 1981. 
SÁ, Marilena Araújo de. “Yaathe” é a resistência dos Fulni-ô. Revista do Conselho Estadual de Cultura, Recife, Ed. especial, p.48-54, 2002. 
COMO CITAR ESTE TEXTO: 
Fonte: GASPAR, Lúcia. Índios Pankararu. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009. 
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