18 de dez. de 2014

Então, o que será?

"E se não resistir
E desocupar

Entregar tudo pra ele, então, o que será?"
É cada vez mais evidente que no Brasil os resquícios da Ditadura Militar ainda encontram aval do Estado e pune duramente a população preta e pobre. Nossa constituição, que seria cidadã, permanece com todos os elementos militarescos e opressores. Isso tem garantido que corpos continuem sumindo e a tortura física, econômica, psicológica, seja permanente no cotidiano da população, sobretudo nas periferias.

Ontem tivemos mais uma prova do caráter covarde, repressor e machista da policia militar.

Por volta das 17h, na Pista de Skate de São Sebastião (DF), o dialogo com a polícia se deu assim:

(jovem) - Você vai bater em uma mulher?
(policial) – Vou sim! (e a porrada desceu)

A tropa, com cerca de 10 agentes da GTOP portando armamentos pesados, chegou ao local para fazer averiguação de porte de drogas. Nesta ação abordaram 15 jovens. Entre meninos e meninas todos foram revistados de forma agressiva pelos policiais e ainda: sem a presença de nenhuma PFem para acompanhar a operação.

Um dos policiais, que por segurança não vamos publicar o nome, gritava em alto e bom som “Vocês são tudo maconheiros. Se acham revolucionários, não é? (sic)” enquanto acertava as costas de um jovem com os punhos cerrados. Outro policial tomou o celular de um dos envolvidos e quebrou o cartão de memoria para que os vídeos da ação não fossem uma arma legal contra eles.

Nada de ilícito foi encontrado com as e os jovens, mesmo assim duas jovens mulheres (uma de 20 e outra de 22 anos) foram agredidas por cerca de seis policiais HOMENS com empurrões, pontapés e enforcamento. Uma delas foi arremessada ao chão e teve seu braço torcido. A outra, que pedia para que eles não batessem em sua amiga, foi agredida com os empurrões e enforcamento. Ambas foram algemadas e jogadas dentro da viatura na frente da 30ª DP.

Um dos jovens que tentou pedir ajuda teve sua bicicleta arrancada de seus braços, os pneus furados e depois devolvida de forma abrupta sobre seu rosto. Na viatura as duas jovens sofreram ameaça de morte e desaparecimento de seus corpos.

Ainda hoje a policia militaresca persiste em estourar casas e aparelhos, desarticulando movimentos sociais e culturais, continuando com a violência institucional e o terrorismo midiático, econômico, físico e psicológico. Além disso, existe a banalização do mal que lhes são ensinados tanto através dos livros militares e sites voltados unicamente para isso, bem como catequese – um bom exemplo disso é o site TERNUMA.

A estirpe militar e o aparato da grande mídia, sensacionalista e conservadora, disseminam o ódio contra pessoas e organizações de esquerda e apresentam a velha argumentação de que suas ações são feitas em nome da ordem. A polícia revista, agride e abate jovens negras/negros, pobres e periféricos todos os dias. Isso é uma guerra civil de caráter ideológico e de classes.

Foram vários homens policiais da GTOP contra a vida de duas jovens. E se a justiça for fazer algo, será contra os trabalhadores da policia e não contra a corporação – real culpada!

Esquadrões da morte não mais passarão! Não nos calaremos:

- Pela desmilitarização das policias e do estado;
- Contra toda forma de machismo, pelo fim da violência contra a mulher;
- Pelo fim do genocídio da juventude negra, pobre e periférica;

Seguiremos em marcha!

da Página Casa Frida no Facebook

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