GDF admite que hoje o tratamento para gestantes portadoras de sífilis é inadequado.
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
Uma Nota Técnica, NT, emitida pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Distrito Federal, datada de 28 de janeiro de 2015, alerta para a falta do medicamento Benzilpenicilina pó para suspensão injetável de 1.200.000 UI, que é recomendado para o tratamento de sífilis gestacional. O medicamento é o mais eficaz e apresenta os melhores resultados para esse quadro patológico.
O documento afirma que este medicamento é o principal tratamento às gestantes com sífilis e, consequentemente, para evitar a sífilis congênita. Em seguida a NT recomenda um tratamento alternativo com azitromicina 2g por via oral em dose única e para sífilis tardia recomenda ceftriaxona 2g.
No final, os especialistas que assinam a nota, admitem que o tratamento com qualquer medicamento que não seja a penicilina, não serão considerados adequados, para fins de transmissão fetal, devendo submeter a tratamento imediato o recém nascido.
Vergonhosamente, a "nova forma de governar" do GDF, admite com todas as letras:
- Não tem o principal medicamento para que gestantes com sífilis não transmitam a doença para o bebê.
- Recomenda um medicamento alternativo mas que não garante a imunidade do feto.
- Admite que o tratamento alternativo é inadequado e recomenda tratamento imediato assim que a criança nascer.
Como esse tratamento alternativo não garante que o bebê seja imunizado na barriga da mãe, eu pergunto ao excelentíssimo governador, e se a criança nascer com alguma sequela provocada pela doença?
A Nota Técnica é assinada por dois médicos infectologistas e por uma médica ginecologista.
A Sífilis
A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e pode se manifestar de forma temporária, em três estágios. Os principais sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura. Com o desaparecimento dos sintomas, o que acontece com frequência é as pessoas se despreocupam e não buscarem o diagnóstico e o tratamento.
Sem o atendimento adequado, a doença pode comprometer a pele, os olhos, os ossos, o sistema cardiovascular e o sistema nervoso. E, se não tratada, a sífilis pode até levar à morte.
A sífilis congênita é a transmissão da doença de mãe para o bebê, também conhecida como transmissão vertical. A infecção é grave e pode causar má-formação do feto, aborto ou morte da criança.
O diagnóstico se dá por meio de exame de sangue, que deve ser prescrito no primeiro trimestre da gravidez. O recomendado é refazer o teste no terceiro trimestre da gestação e repeti-lo antes do parto, já na maternidade.
Além da transmissão vertical, a doença pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém infectado e por transfusão de sangue contaminado. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenção.
informações técnicas do Portal Brasil
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