8 de mai. de 2015

Nota da CUT repudia agressão à deputada

Foto Lula Rocha
A CUT publicou uma Nota de Repúdio contra os agressores da deputada Jandira Feghali

De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

A Secretaria de Políticas para Mulheres da Central Única dos Trabalhadores, CUT, publicou nesta sexta-feira (8), uma Nota de Repúdio contra os agressores da deputada Jandira Feghali, PCdoB/RJ. 

Durante a fala do deputado Orlando Silva, PCdoB/SP, no plenário Ulisses Guimarães da Câmara dos Deputados na noite desta quarta-feira (6), onde ele contestava afirmações fascistas feitas anteriormente pelo deputado Roberto Freire, PPS/SP, Orlando passou a ser agredido com tapas nas costas por Freire. A deputada Jandira Feghali, PCdoB/RJ, numa tentativa de proteger Orlando, posicionou-se entre ele e Freire, que segurou o braço da deputada com violência.

Acalmados os ânimos, o deputado Alberto Fraga, DEM/DF, acusou Jandira de ter agredido Freire, fato que não ocorreu, e afirmou que "mulher que se mete na política e enfrenta homem, deve apanhar feito homem". Fraga finalizou, truculentamente, dizendo que quem achar ruim era só esperá-lo lá fora.

Confira a íntegra da nota:

Nota de Repúdio das Mulheres da CUT contra agressores da deputada Jandira Feghali
Solidariedade à deputada Jandira Feghali

Nós, mulheres da CUT, vimos a público repudiar a atitude do deputado Roberto Freire (PPS-PE) pela agressão que cometeu contra a líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), ontem no plenário da Câmara dos deputados durante a discussão sobre a medida provisória 665.

Também repudiamos a atitude do deputado Alberto Fraga (DEM-DF) – que diante da agressão sofrida disse a parlamentar que “quem bate como homem deve apanhar como homem”, defendendo a violência praticada contra as mulheres.

A atitude demonstra de forma escancarada o quanto nosso parlamento é machista e faz apologia à violência contra as mulheres.

Com essa atitude, aplaudida por outros machistas de plantão, querem demonstrar que o parlamento é um espaço de homens, brancos e da classe dominante.

Essa foi uma agressão explicita, mas há outras como não aprovar o direito das trabalhadoras domésticas, limitar o direito das mulheres a decidir sobre a maternidade.

Tratam as mulheres como seres inferiores, desqualificam sua capacidade, sua inteligência e continuam pensando que o lugar de mulher é no mundo privado.

A bancada feminina reagiu de maneira solidária e várias deputadas gritaram: “A violência contra a mulher não é o Brasil que eu quero ver”.

Ter firmeza em suas ideias e ser contundente na defesa de suas opiniões é muito diferente de agredir, de desqualificar de fazer apologia à violência.

Nós, mulheres da CUT, que temos como uma de nossas prioridades o combate a violência sexista, repudiamos o comportamento dos deputados Roberto Freire e Alberto Fraga e manifestamos nosso apoio e solidariedade à deputada Jandira Feghali.

Para nós é motivo de orgulho ter uma mulher como líder de um partido de esquerda, num espaço conservador, machista e misógino como a câmara federal.


Violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer!

Somos todas Jandira Feghali!

Rosane Silva
Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT

Sônia Auxiliadora Vasconcelos
Secretária Estadual da Mulher Trabalhadora da CUT SP

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