3 de set. de 2015

Saúde no DF é fatiada em sete áreas

Governador Rodrigo Rollemberg fatiou a saúde em 7 áreas aumentando a crise no setor

De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

Um Decreto publicado pelo Governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), publicado no dia 13 do mês passado, descentralizou a saúde pública administrativamente, uma tentativa de minimizar a crise no setor.

Desde 19 de janeiro que o Decreto de Estado de Emergência nos 21 hospitais da rede pública, tem feito a população do DF passar pelos mais diversos infortúnios em busca de atendimento médico e, pelo que parece, esse drama não tem data para acabar. O Estado de Emergência foi prorrogado até dezembro deste ano e permite que o governo compre medicamentos, equipamentos e remaneje recursos e servidores com mais facilidade.

Técnicos do Ministério da Saúde e o próprio secretário de Saúde, Fábio Gondim, reconhecem que o Decreto não surtiu o efeito desejado, por isso, o governo resolveu dividir os hospitais em 7 regiões: centro-sul, centro-norte, oeste, sudoeste, norte, leste e sul. Cada uma dessas regiões terá um coordenador responsável e com autonomia para gerir medicamentos e servidores.

Segundo Gondim “Todo o rumo da secretaria mudou. Estamos construindo um novo modelo de gestão para que os resultados apareçam de forma objetiva, mas isso não é de um dia para o outro”, declarou ele à imprensa. Entretanto, para o secretário os primeiros resultados só começarão a aparecer no início de 2016.

O problema é que a população está precisando de atendimento hoje, ou será que o governo acha que ninguém ficará doente até que a crise do setor seja sanada?

Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, Sindmédicos/DF, Gutemberg Fialho, os Decretos de Emergência e de divisão dos hospitais por região, são suficientes para sanar a crise ele disse que “visitamos os hospitais e as estruturas são péssimas. Não é com um decreto de emergência que vamos revitalizar a saúde. Com o documento, foi possível remanejar dinheiro federal da atenção à saúde para pagar dívidas com fornecedores, mas isso não recuperou o crédito do governo com as empresas e isso não adianta em nada, ninguém quer trabalhar com o GDF”, criticou Gutemberg.

Já a presidenta do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde, SindSaúde-DF, é mais pessimista: “O governo precisa acabar com feudos, vícios e investigar máfias que atrapalham o andamento da saúde. Caso contrário, não mudará nada. As pessoas já não acreditam que vai mudar”, declarou ela.

A sindicalista denunciou ainda que "existem profissionais trabalhando no improviso para fazer funcionar. Em alguns deles, os profissionais fazem rifas para comprar insumos e consertar aparelhos”, disse e ainda fez duras críticas aos contratos emergenciais.

Se com um sistema de compras centralizado ainda ocorrem irregularidades, imagine o que não pode acontecer com o dinheiro público com esse sistema dividido por 7...

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