Texto de Pedro Cardoso no Instagram:
"Sobre a última cena do caso Mandetta. Demitido ou mantido ministro da saúde penso o seguinte:
Para compreender Messias precisamos entender como pensa o torturador, não o político. A morte do torturado é a derrota do torturador.
Ao fazê-lo morrer, o torturador perde o seu divertimento. O torturador precisa manter o torturado vivo e com esperança de parar de sofrer.
Quando Messias flerta com o alucinadamente irresponsável Osmar Terra e depois mantém Mandetta ministro ele está exercendo o seu prazer mórbido de nos aterrorizar com o pior para depois nos esperançar com o menos pior. Fosse uma tortura física, Osmar seria o choque elétrico anunciado, mas adiado e Mandetta o tapa na cara que ocupa o lugar do choque. O tapa parece um conforto quando substitui o choque, mas tudo é a sessão interminável de tortura a que estamos submetidos desde que 57 milhões colocaram um torturador no poder.
Tomemos muito cuidado com as artes da tortura. Sentir alívio pelo golpe menos violento é o começo do caminho que nos leva a sermos gratos ao torturador por ele ter poupado a nossa vida. Messias se vale da pandemia para torturar o povo brasileiro com a permanente ameaça assassina de liberar o convívio. Mas sabe que se o fizer corre o risco de matar o torturado: ou de desesperançá-lo: e a tortura, para sua eficiência, depende de manter o torturado cheio de esperança.
Precisamos entender que não estamos lidando com política mas com tortura. Lembrem: ao perceber indignação ao termo "gripezinha" Messias foi a TV repeti-lo. Ali o torturador havia descoberto um lugar onde o golpe dói ainda mais. E lá foi ele cheio de prazer repetir a agressão.
Pensar Messias como um político é um erro. Ele tem que ser entendido como que ele é: um torturador. Só assim teremos alguma chance de nos defender. Políticos eram outros. Para nos opormos à Messias é preciso conhecermos como se opera tortura e evitarmos suas armadilhas psicológicas.
Mandetta como ministro da saúde é um tapa na nossa cara. Não chega a ser um choque elétrico porque ele é necessário neste ministério de cegos.
Mas Messias é uma agressão covarde e contínua."
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