Tratamento que envolve aplicar ozônio pelo ânus, defendido por prefeito de Itajaí (SC), não têm eficácia comprovada contra a Covid-19, mas foi pauta de discussão com o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello
por Por Ivan Longo na Revista Fórum
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, recebeu em seu gabinete, na última segunda-feira (3), um grupo de defensores da ozonioterapia para tratamento da Covid-19.
O tratamento, que não tem eficácia comprovada e é utilizado apenas em caráter experimental, envolve aplicar ozônio pelo ânus.
“Nesta tarde, em Brasília, realizamos mais uma reunião com o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Acompanhado pela Dra Maria Emília Serra Presidente da Sociedade Brasileira de Ozonioterapia Médica (SOBOM), do Dr Everton Macedo, da Secretaria de Saúde de Brasília, do Dr Fernando Volkart, do Hospital de Parobé e a enfermeira Lilian Santos, de Brasília, juntamente com Dr Vinicius Nunes Azevedo, Diretor Departamento de Gestão da Educação da Saúde, apresentamos projeto de tratamento da Ozonioterapia em pacientes com Covid-19, e também projeto de pesquisa que teve sinal verde por parte do Ministerio”, escreveu o deputado federal Giovani Cherini (PL-RS), em seu Facebook, ao anunciar o encontro.
“Importante destacar que, com o nosso apoio, alguns hospitais do RS já estão implantando a Ozonioterapia como opção de tratamento. Um deles é o do Hospital Vila Nova, de Porto Alegre”, completou o parlamentar.
Na noite de segunda-feira, o prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB), causou polêmica ao anunciar, em live pelas redes sociais, que pretende adotar o tratamento em sua cidade.
“Provavelmente vai ser uma aplicação via retal, uma aplicação tranquilíssima, rapidíssima, de dois minutos, num cateter fininho e isso dá um resultado excelente”, afirmou Morastoni, ressaltando que o tratamento será feito apenas “a quem desejar”.
O próprio Ministério da Saúde e a OMS (Organização Mundial de Saúde), no entanto, já divulgaram, mais de uma vez, que ainda não há cura para a covid-19 ou mesmo tratamento de eficácia científica comprovada. Além disso, o Conselho Federal de Medicina (CFM) ressalta que a prática deve ser utilizada apenas em caráter experimental.
“Tratamentos médicos baseados nessa abordagem devem ser realizados apenas no escopo de estudos que observam critérios definidos pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep)”, informou o órgão em nota enviada ao site NSC Total.
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