De Brasília
Joaquim Dantas
Isabel Sanchez
Do Blog do Arretadinho
O Blog do Arretadinho começa hoje uma série de postagens sobre religiões. O objetivo é retratar a diversidade religiosa em nosso país de maneira respeitosa e imparcial, não temos a intenção de afirmar ou mesmo sugerir que existe "certo" e "errado" quando se fala de religião, desmistificando a máxima criada pela ditadura militar que "Política, Religião e Futebol não se discute," pensamos exatamente o contrário: Só na diversidade de opiniões é que ocorre o verdadeiro crescimento intelectual. Publicamos hoje quem são a Ordem Iniciativa do Cruzeiro Divino, Xintoísmo e Wicca.
Bom proveito.
Série: Religiões - Ordem Iniciativa do Cruzeiro Divino
A Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino – Subsede Distrito Federal é um Templo Umbandista que defende a unidade racial e religiosa. Promove e ensina a tolerância a todos os cultos e credos, pois crê num princípio comum que anima a todos. Apregoa a Paz Mundial a partir da convivência pacífica que nos remete à convergência.
Localizado nas proximidades de Planaltina-DF, a mais de 10 anos promove mensalmente atendimentos ao público, realizando ritos de harmonização com os ancestrais e Rito de louvação:
- Ritos de Harmonização com os Ancestrais: nesse Ritos, os Espíritos Mestres do Tríplice Caminho apresentam-se na roupagem fluídica de Crianças (Senhores do Início), Caboclos (Senhores do Meio) e Pais Velhos (Senhores do Fim). Esses Ancestrais Ilustres, ligados à Corrente Astral de Umbanda, têm por objetivo restabelecer o positivismo nos pensamentos, a estabilidade nos sentimentos e a harmonia nas ações.
- Rito de Louvação : evento que já se tornou tradicional no calendário umbandista de Brasília, é uma confraternização entre os Terreiros da cidade e interessados, trazendo a força dos seres espirituais na forma de bênçãos a todos os presentes.
A OICD tem sua matriz localizada em São Paulo, onde foi fundada em 1970 pelo Sacerdote de umbanda e médico Francisco Rivas Neto, Pai Rivas, que a 41 anos vem difundindo a diversidade das escolas das religiões afro-brasileiras, respeitando todas as religiões e crenças. É mantenedora da Faculdade de Teologia Umbandista – FTU, primeira instituição de ensino superior direcionada a Teologia com ênfase nas religiões afro-brasilieras reconhecida pelo Ministério da Educação e Cultura – MEC.
Por OICDDF
Série: Religiões - Xintoísmo
A natureza é kami (ser divino) e o kami é a natureza
Antes de iniciarmos um estudo relativamente detalhado sobre o xintoísmo, antecipamos alguns conceitos importantes para entender o substrato da alma japonesa e de sua religião.
O xintoísmo é uma religião étnica, ou seja, é a religião de um único povo, no caso, o japonês, que se formou no interior deste e com ele cresceu, a ponto de povo e religião formarem uma só coisa com a cultura, a história e a mentalidade. Por essa qualidade, o xintoísmo não é uma religião proselitista, ou seja, não envia missionários para difundi-la entre outros povos; a única tentativa foi feita na Coréia durante o período de ocupação colonial no séc. VI.
O xintoísmo não conhece divindades ou um deus, mas reconhece a existência dos kamis ou seres divinos, que podem se hospedar em tudo o que existe como árvores, rios, montes, etc e, naturalmente, nos homens, em particular, nos defuntos que foram pessoas importantes na vida do país, como os soldados mortos nas guerras, os heróis nacionais, os antepassados e, sobretudo, os imperadores.
O xintoísmo não tem fundadores mas foi se formando com a espontaneidade do povo e reelaborado, mais tarde, pela vontade da classe imperial.
O xintoísmo não tem dogmas, teologia, escritura sagrada (os livros da história do Japão são considerados livros religiosos) nem um código moral. Esta se reduz a poucos preceitos fundamentais como não prestar atenção às coisas falsas, não ver e não falar falsamente.
No Japão, todas as religiões são chamadas de ensinamento ou kyo, assim Cristo-kyo, islã-kyo; somente o xintoísmo é definido caminho (to), por isso é xin-to, que quer dizer o caminho dos homens e dos seres divinos (kami). O estudioso C.D. Holtom define o xintoísmo como " a síntese peculiar de ritos e crenças praticadas pelos japoneses celebrando, dramatizando, interpretando e cultivando os principais valores da sua vida nacional".
Xinto: o caminho das divindades
A história do xintoísmo deve ser dividida em duas partes: antes e depois da chegada do budismo no século VI .
O Japão, ao longo de sua história, foi invadido por vários povos que vieram pelo mar, do sul e do oeste, com suas culturas e que introduziram o cultivo do arroz e um tipo peculiar de construção de casas.
Nas ilhas, os invasores encontraram uma população pacífica e foi fácil empurrar esses aborígenes para as montanhas do norte. Encontraram também uma natureza belíssima, um clima moderado, uma vegetação rica e colorida. Fundindo as próprias crenças e ritos com todos esses elementos, formaram uma religião alegre, cheia de gentilezas e amor pela natureza. Era o xinto primitivo.
No século VI, o budismo foi introduzido no Japão, especialmente na corte imperial, mas somente depois de dois séculos, conseguiu difundir-se entre o povo e transformar-se até num sincretismo xinto-budista, no qual os kamis passaram a ser considerados como reencarnações de Buda.
O xintoísmo sofreu durante os séculos a influência do budismo ( ritos e formas arquitetônicas dos templos, o conceito de oração, a teoria da reencarnação), do confucionismo ( o culto dos antepassados e o senso de pertença e de dever do indivíduo para com a sociedade) e do taoísmo ( crenças animistas e práticas mágicas).
No século passado, houve uma reação por parte do imperado Meiji que reformou o xinto, trazendo-o de volta à pureza primitiva. Nessa reforma, a preocupação não foi somente religiosa mas também política, visto que se desejava fortalecer o poder do imperador. Criou-se, assim, um xintoísmo de Estado com seus santuários (jinja), estritamente separado do xintoísmo popular e de seus lugares de cultos (miya).
A partir dessa reforma, o imperador foi deificado e definido como quem "integra, coordena, harmoniza, sintetiza, recupera a unidade e tradição do povo japonês". Em outras palavras, ele exercia uma função divina que realizava em dois serviços: um para as divindades e outro para o povo. Religião e política fundiam-se numa coisa só.
O imperador e o xinto
O imperador, no xintoísmo, é a fonte da força que dá a vida eterna aos seus súditos, porque nele reside a vida eterna e a felicidade que lhe vêm diretamente da deusa do sol, Amaterasu O Mi Kami.
Para melhor entender essa adoração ao imperador, resumimos o que escrevia, em 1931, Katsuhiko Kakehi, professor universitário de Tóquio: "Cremos que a vontade divina seja expressa na vida da raça Yamato (a raça dos imperadores). Cremos, portanto, que a experiência nacional dos japoneses e a vontade dos deuses sejam uma única coisa. Acreditamos ainda que a raça nasceu como uma realização divina e, portanto, dotada de suas atribuições divinas".
Nessa visão xintoísta, explicam-se alguns comportamentos do povo japonês como a absoluta intolerância, pelo menos nos anos passados, em relação às outras religiões não pertencentes à raça e o culto ao imperador, até o sacrifício da própria vida por parte dos soldados, numa dedicação não somente disciplinar mas, sobretudo, religiosa.
Quando, em agosto de 1945, o Japão rendeu-se a exército americano e, pela primeira vez na história do país, o imperador falou ao povo pelo rádio, anunciando a rendição e sua renúncia aos atributos divinos, houve japoneses que se suicidaram e outros que, por respeito, cobriram com um pano os aparelhos, para manter a devida distância da voz sagrada do imperador.
Com essa mensagem, encerrava-se, no Japão, não somente um período político mas também uma milenar época religiosa.
Conteúdo mítico-religioso do xintoísmo
Para o xintoísmo, tudo o que existe provém da ação recíproca de dois princípios: yo, o princípio ativo e in, o passivo. Assim, nasceram as primeiras sete gerações das divindades celestiais que ficaram inativas; o último casal dessas divindades, Izanagi (céu) e Izanama (terra), após ter mexido com sua lança na terra pantanosa, deixaram cair algumas gotas de lama que, ao se solidificar, criaram as duas ilhas Futaminoura que escolheram para própria habitação.
Deles, nasceram várias divindades entre as quais Amaterasu O Mi, a deusa do sol, que deu origem a Jimmu Tenno, o antepassado que deu origem à raça Yamato e fundou o império nipônico em 600 a.C.
Além disso, o xinto admite uma miríade de kamis, ou espíritos, que moram em tudo o que existe, cada qual com seus mitos.
Os kamis podem se manifestar sob formas antropomórficas, ou seja, com corpo e paixões humanas.
O homem
O xintoísmo não se preocupa com as questões que estão na base das outras religiões como os porquês da vida, o que é o homem, donde ele vem, para onde ele vai, etc. Mas, embora não se coloque esses questionamentos, o japonês tem três princípios que guiam sua vida no xinto:
O musubi é força misteriosa que está na origem de toda a criação e estabelece a relação entre homem e os kamis, entre o ser e o não ser. Indica a solidariedade e a harmonia que deve unir entre si os membros de um grupo ou uma família.
O makoto é atitude fundamental da pessoa quando, cheia de humildade e agradecimento, se encontra com os kamis e gera virtudes como o amor, a piedade, a lealdade e a fidelidade.
O tsunagari é princípio da continuidade e da relatividade. Como todos dependem dos pais para nascer e, por sua vez, geram outros descendentes, assim estão interligados e devem viver não apenas para si, mas doar as próprias energias, a cada momento, para encontrar a felicidade de viver. Isso significa que todos devem participar do processo histórico do país para conseguir a paz, o bem-estar, o progresso e a tolerância universal.
A ética xintoísta
No xintoísmo não existem mandamentos que dizem o que os homens devem ou não fazer. Nele, vale a autoconsciência, ou seja, o homem sabe, pela sua própria natureza, o que deve fazer.
A vida, os instintos e tudo o que serve para conservá-la e torná-la mais bela são avaliados de maneira positiva. A morte e tudo o que a ela conduz - como doença, falta de sorte e infelicidade - são avaliados negativamente e devem ser evitados.
Não existindo pecado, não deveria existir o sentimento de culpa ou de perdão, mas o xintoísmo recorre às purificações por um sentimento de deferência a quem é mais justo e forte como os kamis.
Uma virtude particularmente cultivada no xintoísmo é o senso de honra, considerado até mesmo como um valor com fim em si mesmo. Depois vem a fidelidade, especialmente ao imperador e, em seguida, ao grupo a que se pertence, a obediência aos superiores, o sucesso nos estudos e na vida, o autocontrole e o não prejuízo ao próprio grupo e à sociedade.
Xintoísmo e fé
Para o xintoísta, tudo é divino até o homem e, portanto, a experiência religiosa é tomar consciência da própria natureza divina, contemplar essa essência em nós e nos outros.
O xintoísmo deu ao japonês um senso de familiaridade com o divino e de adoração de tudo aquilo que é superior ao homem: ele encontra o absoluto na atmosfera de uma paisagem, nas montanhas que são sagradas, nas ilhas, nas cachoeiras e nos rios. Essa alma profundamente religiosa conserva-se mesmo nestes tempos de sofisticadas tecnologias, sendo que as peregrinações aos numerosos santuários japoneses, construídos, geralmente, em lugares bonitos favorecem a contemplação.
Existe também uma espécie de sacerdote, o kannushi, com atribuições específicas nos templos ou santuários onde exercem suas funções, ainda que todos os homens possam presidir o culto.
Os santuários
No passado, o número de templos era muito elevado; hoje, haveria mais de 100 mil. Os santuários, meta de peregrinações e local de celebração das festas anuais, são diferentes nas formas e na grandeza, mas possuem elementos comuns como o torii, as piscinas para a purificação, as salas para os sacerdotes e os peregrinos e as lanternas de pedra.
Os torii, construídos em madeira, pedra ou bronze, formam o portal colocado no ingresso do templo. Parece que, originalmente, eram destinados a acolher em sua viga superior os galos, animais sagrados para a deusa Amaterasu.
As cerimônias nos templos são de vários tipos e dedicadas a todos os aspectos e acontecimentos da vida humana, como a purificação, o nascimento, o casamento, a saúde, as colheitas e as celebrações das estações durante o ano.
O futuro do xintoísmo
Devido às grande mudanças sócio-econômicas ocorridas na sociedade japonesa moderna, alguns estudiosos da religião acham que o xintoísmo não terá futuro a não ser que mude de maneira bastante radical. Entre as mudanças, foram sugeridas as seguintes:
reduzir e simplificar a própria mitologia;
rever sua presença no campo social e
abrir-se a outros povos, perdendo assim sua característica fundamentalmente japonesa.
Por Pessoaleducacional
Série: Religiões - Wicca
A WICCA é uma religião neopagã, mistérica, iniciática e sacerdotal que tem seu culto destinado a um casal divino cósmico, criador e imanente. Tornou-se conhecida por meio de Gerald Brusseau Gardner (1884-1964) que com os conhecimentos obtidos em diferentes sistemas ocultistas e ramificações de BRUXARIA desenvolveu e compilou aquilo que viria a se tornar as bases da religião.
As práticas da WICCA são baseadas em diferentes sistemas de crença, culto, cultura, organização e mistérios dos povos Europeus. A Religião da forma que a conhecemos hoje é nova, criada por volta da década de 50, mas a origem de sua estrutura é bastante antiga.
A religião celebra a vida e a morte por meio de festivais sazonais conhecidos como Sabás, neles os praticantes se reúnem para meditar, agradecer, dançar, encontrar amigos, prestar culto aos DEUSES , projetar desejos para o futuro e harmonizar corpo, mente e espírito. Além dos Sabás, que são relacionados aos ciclos solares, os Wiccanos se reúnem também nos ciclos lunares para enviar oferendas, agradecimentos, pedidos, para se conectar com as divindades, fazer consagrações e purificações e demais práticas comuns a religião.
Para entender a Religião WICCA e saber se ela é um caminho válido para você dedique muito tempo e esforço lendo sobre sua origem, história, estrutura e crenças, para que obtenha um conhecimento mínimo sobre a religião. Após isso, busque sacerdotes capacitados para lhe tirar dúvidas e direcionar qual é o melhor caminho que você pode seguir dentro da religião.
Seguem abaixo alguns trechos de livros, ressaltamos que não temos responsabilidade sobre a veracidade das informações e as disponibilizamos apenas como uma forma de ampliar as possibilidades de leitura sobre o assunto. Pedimos que ao utilizar qualquer informação do site em outros locais que citem as fontes.
“A WICCA é a continuação de uma tradição de mistérios muito antiga, que veio para o ocidente a partir de 4000 a.C., unindo-se aos cultos ainda existentes e sendo posteriormente assimilada pelos celtas durante sua vinda para a Europa”. (...) “Mas se quisermos encontrar as bases da Wicca, devemos procurá-las nos cultos Paleolíticos da Velha Europa, que se estabeleceram mais tarde entre os minóicos, os etruscos, os gregos e posteriormente os romanos”. [MARTINEZ, p. 17]
“Wicca é uma religião de veneração da Natureza e da Divindade, ambos contendo os aspectos femininos e masculinos. É encontrada nas raízes espirituais das crenças e práticas Europeias pré-cristãs. Quando a WICCA veio a público pela primeira vez no inicio dos anos 50 através dos esforços de Gerald Gardner, ela foi retratada como remanescente do antigo culto de fertilidade Europeu. Os praticantes se referem à WICCA como a Antiga Religião. Ela também era conhecida como a Arte dos Sábios. Superficialmente a WICCA moderna parece ser um sistema folclórico de magia tradicional”. [GRIMASSI, p.294]
“Wicca (nome alternativo para a arte da feitiçaria moderna) é uma religião de natureza xamanístíca, positi¬va, com duas deidades reverenciadas e adoradas em seus ritos: a Deusa (o aspecto feminino e deidade ligada à antiga Deusa Mãe em seu aspecto triplo de Virgem, Mãe e Anciã) e seu consorte, o Deus Chifrudo (o aspecto masculino)”.[DUNWICH, p. 08]
“A WICCA é uma religião filosófica (com certeza), mas com fundamentos e bases inegáveis”. (...) “A WICCA é realmente a religiosidade que se fundamenta nos ciclos naturais da terra. Uma tentativa do resgate mesmo que em novos moldes da consciência pagã de outrora”. (...) “Assim, a WICCA tem seus RITUAIS e filosofia fundamentados nas práticas agrícolas, pastoris e de respeito à TERRA iniciadas no paleolítico e neolítico”. [MILLENNIUM p. 07 e 18]
Por Família Old Religion
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