Homenagem a João Amazonas e Grabois em Brasília
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
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| Plenário Lotado / Foto Joaquim Dantas Clique para ampliar |
Na tarde desta Sexta (09), foi realizada, na Câmara dos Deputados, uma Seção Solene em homenagem aos 100 anos de nascimento de João Amazonas e Maurício Grabois.
O Plenário Ulisses Guimarães ficou lotado de militantes do PCdoB, autoridades e simpatizantes da sigla Comunista, fato que surpreendeu o Deputado Amauri Teixeira - PT/BA, que disse em sua fala que "estava impressionado com a quantidade de participantes que estavam ali homenageando duas figuras importantes, na luta pela Democracia no Brasil",
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| Senador Ranulfo Rodrigue, do PSOL, enaltece vida dos homenageados Foto Joaquim Dantas / Clique para ampliar |
Quem também marcou presença e fez um pronunciamento inflamado foi o Senador Ranulfo Rodrigues - PSOL/AP que, além de enaltecer a vida dos Homenageados, parabenizou o PCdoB pela iniciativa e pela grande quantidade de pessoas presentes.
Pelo PCdoB subiram À Tribuna o Senador Inácio Arruda - CE e as(os) Deputadas(os) Lucina Santos -PE, Alice Portugal - BA, Perpétua Almeida - CE, João Ananias - CE, Assis Melo - RS, Delegado Protógenes-SP e Jô Moraes.
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| Renato Rabelo na Tribuna / Foto Joaquim Dantas Clique para ampliar |
O Presidente do Partido, Renato Rabelo, fez um breve histórico da trajetória dos dois Comunistas homenageados.
Após o término da Seção Solene, todos se dirigiram ao Salão Verde, onde foi oferecido um coquetel para o lançamento de dois livros com as biografias de João Amazonas e Maurício Grabois.
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| Senador Inácio Arruda e Chico do Gama / Foto Joaquim Dantas |
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| Deputada Luciana Santos participa do coquetel / Foto Joaquim Dantas |
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| Santa e Chico do Gama no coquetel / Foto Joaquim Dantas |
Durante a Seção Solene foi executada a Internacional Socialista:
Quem foi Maurício Grabois:
Nasceu na capital baiana em 1912, filho de Agustín Grabois e Dora Grabois. Cursou o ensino fundamental no Ginásio Estadual de Salvador. Aos 19 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro (então capital do país) para estudar na Escola Militar de Realengo. Lá tomou contato com as ideias do marxismo-leninismo e passou a militar contra o fascismo que avançava na Europa e também no Brasil, sob a forma do Integralismo, ajudando a divulgar o comunismo entre os militares. Mais tarde, estudou na Escola de Agronomia do Rio de Janeiro, que abandonou no 2º ano para para dedicar-se à vida política.
Carreira política
Grabois começou a carreira política como militante da Juventude Comunista, a ala jovem do partido (que então usava a sigla PCB, mas chamava-se Partido Comunista do Brasil). Em 1934, aos 22 anos, já era a dirigente da entidade. Ingressando na Aliança Nacional Libertadora, uma facção do PCB que tentou a luta armada, ajudou a organizar a Intentona Comunista de 1935 e, após o fracasso da insurreição, editou clandestinamente o jornal A Classe Operária, que existe até hoje, e dirigiu a Vitória, editora do partido PC do B. Foi preso no verão de 1941 e solto no ano seguinte.
Com a orientação do Komintern para que os partidos comunistas apoiassem os governos locais que lutassem contra o Eixo e a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial do lado aliado, em 1943, o PCB organizou a Conferência da Mantiqueira. A comissão organizadora do evento foi chefiada por Grabois. Na ocasião, foi eleito para o Comitê Central do partido.
A derrubada de Getúlio Vargas e a legalização do PCB levaram o partido a entrar na vida democrática institucional brasileira, e Grabois foi eleito deputado federal como companheiro de chapa de Prestes, eleito senador. Participou da Assembleia Constituinte de 1945-1946 e liderou a bancada comunista, que tinha então 14 deputados (entre eles Jorge Amado). Também foi membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
O Partido Comunista do Brasil mudou de sigla (de PCB para PCdoB) em 18 de fevereiro de 1962 no Congresso de Reorganização, que mantém até hoje. Em 1947, no entanto, o registro do partido foi cassado, e o PC do B passou a ser ilegal, mas continuando a existir e atuar na clandestinidade. Grabois trabalhou como relator do programa do partido e ajudou a organizar o IV Congresso do PCB em 1954, sendo reeleito para o Comitê Central.
Em 1956, Nikita Khrushchov faz um discurso no XX Congresso do PCUS denunciando os crimes de Josef Stalin e renegando o legado do líder soviético. A mudança de orientação (conhecida como Revisionismo) provoca a reorganização do PCB e, em 1962, junto com João Amazonas, Pedro Pomar, Carlos Danielli e outros, Grabois reorganiza o Partido Comunista do Brasil, mas com a sigla PCdoB.
Luta armada
A partir de 1964, quando os militares dão um golpe de Estado no Brasil e tomam o poder, os comunistas se dividem entre os que defendem a oposição clandestina, aliada aos democratas de centro-direita (depois organizados no MDB) e os que optam pelo combate aberto (guerrilha urbana e rural). Maurício Grabois foi um dos principais defensores da posição em defesa da luta armada no partido. Em 1966, uma conferência aprova a adoção de "táticas revolucionárias" para tentar derrubar o regime militar e implantar um regime comunista no Brasil.
Para dar início a uma guerrilha na Floresta Amazônica, Grabois chega à região do Araguaia em dezembro de 1967, para organizar o levante revolucionário. Levou para lá o filho André Grabois, morto em combate em 1972. Grabois comandou por seis anos a chamada Guerrilha do Araguaia, no estado do Pará, até ser morto por forças do Exército no dia de natal de 1973, junto com mais três companheiros, um deles seu genro, Gilberto Olímpio Maria.
Quem foi João Amazonas:
Filiação ao Partido Comunista
O envolvimento de João Amazonas com o movimento comunista iniciou em 1935. Aos 23 anos, tomou conhecimento de um comício da Aliança Nacional Libertadora (ANL) na praça do Largo da Pólvora e integrou-se à ANL. Convidado a participar da Juventude Comunista, em seguida filiou-se também ao Partido Comunista do Brasil.
Logo após o ingresso no Partido Comunista, João Amazonas organizou uma célula comunista na empresa em que trabalhava e organizou o sindicato de sua categoria. No mesmo ano que iniciou sua participação política foi preso durante 15 dias por envolvimento com a União dos Proletários de Belém
No início de 1936, João Amazonas é novamente preso por ser ex-integrante da ANL. Durante a prisão, João Amazonas e Pedro Pomar realizam uma greve de fome contra as péssimas condições e ministram aulas de marxismo-leninismo aos outros detentos. Em junho de 1937, João Amazonas é absolvido por falta de provas após um ano e meio de prisão.
Reorganização do Partido Comunista
Com o golpe de Estado de Getúlio Vargas, justificado pelo falso Plano Cohen e que implantou a ditadura do Estado Novo, a repressão aos comunistas aumenta. E em 10 de setembro de 1940, João Amazonas que atuava na produção de propaganda e que exercia cargo de direção no Partido Comunista do Brasil do Pará, é novamente preso.
Após sua libertação dedicou sua vida ao legado da luta comunista. Tendo, inclusive, participado por diversas vezes de congressos em faculdades e instituições de ensino.






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