12 de jul. de 2013

Ainda há tempo de se corrigir a rota.

Ainda há tempo de se corrigir a rota.

Por Íkaro Chaves
Para o Blog do Arretadinho
Se os anos Collor e FHC foram de desmonte total da nação, onde não só os trabalhadores mas a burguesia ligada ao setor produtivo sofreram, o ciclo aberto por Lula e continuado por Dilma trouxe reversão da tendência.
Lula começou pelo prioritário, através da transferência de renda e do aumento do salário mínimo, deu condições para que o povo consumisse, o que reativou o circuito econômico, com reflexos para toda a sociedade, inclusive para o setor produtivo da nossa economia.
Ok, funcionou, mas era preciso ir além, se por um lado fortaleceu-se a demanda, por outro os capitalistas nacionais não estavam em condições de competir internacionalmente. Então, o que fazer? Escolher empresários de setores estratégicos e meter dinheiro neles.
Foi o que foi feito. Empréstimos do BNDES, a juros camaradas, desonerações bilionárias, redução da conta de energia, redução de juros, incentivo para fusões entre empresas criando verdadeiros monopólios privados no país e mais recentemente um generoso pacote de concessões, mercado cativo, seguro, e por looooongo prazo, uma maravilha.
Se o povo respondeu rápido indo às compras quando Lula chamou, os empresários não estão respondendo tão bem. A economia patina, não cresce, o investimento despenca, cadê o tal espirito "animal" dos empresários?
Agora já miram em outro alvo: É preciso "modernizar" a legislação trabalhista, escancarar a terceirização, nada parece suficiente.
A última é o tal Eike Batista, campeão dos capitalistas nacionais, e suas empresas X. Muita badalação, muito marketing, uma fortuna meteórica comemorada como se trouxesse algum benefício para seus compatriotas, bilhões em empréstimos estatais, concessões de petróleo, mineração, energia, privatizaram até o Maracanã pra esse sujeito, só faltava ele arrematar o Cristo Redentor.
E aí, virou o que? Deu no que incentivar esse tipo de "campeão" do capitalismo nacional? A MPX, sua rentável empresa de energia foi, na prática, vendida a um grupo alemão. O governo fez e aconteceu e no fim o de sempre: Desnacionalização da nossa economia.
Essa crise do grupo Eike Batista ainda pode dar reviravoltas, mas uma coisa é certa, esse camarada vai sair muito mais rico do que quando começou essa brincadeira e o Brasil fica talvez com um calote e certamente com a economia menos soberana ainda.
Muito interessante esse capitalismo de estado brasileiro: O governo cria todas as condições para o capitalista, dá subsídios, financiamento privilegiado, muda a legislação, o capitalista pega tudo isso e depois vende a empresa para um grupo estrangeiro.
Se é para investir com dinheiro público pra que serve o capitalista?
Só tem um jeito de desenvolver o setor produtivo do país. O Estado investir diretamente. Estatização do setor produtivo estratégico. Nada é mais ineficiente do que dar dinheiro público para playboy montar empresa, quebrar, vender e ficar rico.

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