Após o anuncio de que Bolsonaro foi contaminado pelo covid-19, milhares de pessoas se manifestaram nas redes sociais desejando ou torcendo pela morte do presidente.
Do Gama
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
Durante o governo Dilma eu vi o então deputado federal, Jair Bolsonaro, ser questionado por uma jornalista sobre o que ele esperava do governo da presidenta, parte de sua resposta foi com absoluta convicção : "espero que ela morra logo de infarto ou um câncer"...
Ao ouvir essa declaração eu fiquei inojado com aquela figura aparentemente humana, chegou a me dar ânsia de vômito por constatar que uma pessoa pudesse expressar uma opinião com tanta convicção, tentando mostrar-se como um ser "superior", com autoridade e poder de matar desafetos, no caso, uma desafeta, a presidenta Dilma.
A indignação manifestada pelos ditos democratas, republicanos, progressistas e afins,nas redes sociais, foi imensa, com críticas "humanistas", outras mais duras e algumas, até, evangelizadoras. Nessa época o nome Jesus Cristo deve ter sido o mais citado por internautas crentes e ateus.
Hoje, passado tão pouco tempo de ter ocorrido esse fato, o deputado termina sendo eleito presidente da República, ignora a pandemia do corona vírus, faz declarações ainda mais horrorosas sobre a situação e termina sendo contaminado pela doença que, hoje, já matou quase 70.000,00 brasileiros que, paradoxalmente, muitos deles ajudaram a elegê-lo, embora tenham feito coro contra as declarações feitas, pelo então deputado, contra Dilma.
Tão logo a imprensa noticiou a situação da saúde de Bolsonaro, imediatamente, uma chuva de mensagens de ódio, desejando a morte do presidente, inundou as redes sociais. Mensagens que iam das mais "simples" como "força corona vírus" às mais explícitas: "o vírus vai matar o verme".
Diante de minha própria perplexidade ao ler essas mensagens, me perguntei: como assim, não eram essas pessoas que criticaram ele por desejar que a Dilma morresse logo "de infarto ou câncer"?
Foi então que lembrei do professos Leandro Karnal , que em suas palestras costuma citar Hamlet que, diante de uma situação como essa, certamente diria: "pobre o homem que acha que os problemas do mundo estão no outro". Muitos dos que criticaram Bolsonaro à época, fazem hoje declarações idênticas ou até piores contra ele, outros, defuntos ou não, que também criticaram, votaram nele e outros, como a escritora Lia Luft, que não o criticou nem desejou sua morte hoje, declaram-se "arrependidos" do voto no 17 e tentam justificar com o discurso raso de "falta de opção melhor".
A bagaça toda que está acontecendo no país não é culpa do presidente, todo mundo sabia quem era Bolsonaro e sua prole, e não por "ouvir falar", mas por ouvir deles mesmos o discurso fascista que sempre fizeram e defenderam. Tão pouco a culpa é do mordomo, ou do "analfabeto" inculto, a culpa é nossa mesmo, enquanto sociedade, que não consegue achar sua própria identidade e recorre à ferramenta mais fácil para resolver o problema: morra, porque eu estou com preguiça de pensar.
Que Inansã derrame seus raios sobre nós...
5 comentários:
Parabéns pelo texto.
É mágico, é real a trasformação individual que muda o todo!
Não é tua atitude , é a minha que nos fará ir ao Topo ou ao fundo do poço.
A minha+ a tua + a dele
E quem mais quizer...
Eu quero liberdade, amabilidade e antes de tudo voz.
Eu quero meu povo dançando ciranda juntos mas se precisar quero trocar os chinelos do xaxado por uma arma de fogo se for pra lutar,pela liberdade do meu povo.
Valeu pelo comentário, adorei, tamo junto
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