29 de jan. de 2014

Dilma e a mídia falida

Dilma em Cuba
foto Reuters
Uma imprensa burra e raivosa, junto com uma oposição patética, tentam derrubar um governo democrático de qualquer maneira.
A grande mídia brasileira tem dado demostrações claras de sua falência intelectual, perderam de vez a pouca criatividade que tinham e passam a questionar, com manchetes em tom de escândalo, a conta do restaurante que a Presidenta Dilma jantou, em Lisboa.

De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

Quando ouço alguém dizer "o povo não tem memória", sempre que posso eu acrescento que a imprensa esconde o passado, quando lhe é conveniente. A tagarelagem midiática de hoje é sobre a escala da comitiva presidencial em Lisboa e as 15 horas passadas na capital portuguesa, bem como a conta do jantar da Presidenta Dilma em um restaurante de luxo.

Mandou bem a Dilma quando falou em entrevista coletiva que ela pode escolher o restaurante que quiser, porque paga a sua própria conta. Diferentemente do tucano FHC, que bateu recordes de viagens ao exterior e, assim como Dilma, comeu em restaurantes de luxo, a diferença é que FHC não pagava suas contas como faz Dilma, o povo pagou também essa conta.

A Imprensa "esquece" propositadamente das coisas. Esquece, por exemplo, que no início do governo FHC, a carga tributária total (incluindo União, Estados e municípios) era equivalente a 29,46% do PIB. O tucano saiu do governo com a carga em 35,61% - um aumento de 6,15 pontos porcentuais no período, média de 0,76 ponto por ano de governo. Com Lula, a carga subiu para 37,37% em três anos - um aumento total de 1,76 ponto e média de 0,58 ponto por ano.

Só para relembrar, Fernando Henrique Cardoso concluiu seu mandato em 2002, com exportações estimadas em 60,3 bilhões de dólares. Lula iniciou o último ano de seu primeiro mandato com praticamente o dobro de exportações - 120 bi de dólares no período de doze meses entre janeiro de 2005 e janeiro de 2006. Para economistas de oposição, foi um reflexo da conjuntura. Mas nós sabemos que foi o resultado da política de Lula.

E a geração de energia? A gestão tucana calculou errado, não resolveu problemas ligados à privatização das empresas de energia elétrica e foi pega de surpresa pela crise energética de 2001. No poder, Lula aproveitou projetos iniciados no governo FHC e lançou novas obras para acrescentar ao sistema elétrico nacional cerca de 12.500 megawatts. Quatro hidrelétricas foram construídas e sete licitadas só no Governo Lula.

Quem não lembra do Calote no Fundef? O governo FHC desrespeitou até a lei que criou o Fundef. Em 2002, o valor mínimo deveria ser de R$ 655,08 por aluno/ano de 1ª a 4ª séries e de R$ 688,67 por aluno/ano da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e da educação especial. Mas os valores estabelecidos ficaram abaixo: R$ 418,00 e R$ 438,90, respectivamente. O calote aos estados mais pobres somaram R$ 11,1 bilhões desde 1998.

FHC e o "autoritarismo democrático"
Enquanto senador, FHC combatia com veemência o abuso nas edições e reedições de Medidas Provisórias por parte José Sarney e Fernando Collor. Os dois juntos editaram e reeditaram 298 MPs.
Como presidente, FHC cedeu à tentação autoritária. Editou e reeditou, em seus dois mandatos, 5.491 medidas. Enquanto Lula, em 77 meses, assinou 345 medidas provisórias.

BNDES e o porto de Mariel em Cuba
A grande mídia tem dado destaque, também, ao empréstimo que o BNDES fez ao Governo cubano para a construção do Porto de Mariel, a 45 quilômetros de Havana, capital de Cuba. A folha de São Paulo exibiu a patética manchete que "Dilma dá US$ 682 milhões a Cuba", ignorando a diferença entre doação e financiamento.
Já o governo de FHC, além de vender o patrimônio público a preço de banana, por meio do BNDES, destinou cerca de R$ 10 bilhões para socorrer empresas que assumiram o controle de ex-estatais privatizadas.
Quem mais levou dinheiro do banco público que deveria financiar o desenvolvimento econômico e social do Brasil foram as teles e as empresas de distribuição, geração e transmissão de energia. Em uma das diversas operações, o BNDES injetou R$ 686,8 milhões na Telemar, assumindo 25% do controle acionário da empresa.

Esse jornalismo está tão falido que no dia 18/05 do ano passado o jornal O Globo publicou um longa reportagem sobre os gastos do governo. Intitulada "A conta do inchaço de ministérios no governo Dilma", a reportagem mostrava um amplo levantamento sobre os gastos do governo em diversas áreas, feito pelo DEM a pedido do jornal, como eles mesmos publicaram "Os dados foram extraídos de um levantamento feito pelo DEM a pedido do GLOBO, com base no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), do governo federal."
Ou seja, um partido político, que recebe verbas públicas, fazendo um trabalho para uma empresa de jornalismo.
Falência total.

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