10 de jan. de 2014

Festa do Bonfim recebe título de Patrimônio Imaterial

Festa do Senhor do Bonfim recebe título de Patrimônio Imaterial
Celebração ao Senhor do Bonfim
acontece há quase 3 séculos
Divulgação/Fundação Palmares
Uma das celebrações mais simbólicas da Bahia, que ocorre desde o século XVIII, reúne ritos e representações religiosas
A Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, em Salvador, na Bahia, estará em festa na próxima quarta-feira (15). A ministra da Cultura, Marta Suplicy, e a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado, farão a entrega do título de Patrimônio Imaterial Nacional à Festa do Bonfim. O registro da Festa de Nosso Senhor do Bonfim como Patrimônio Cultural Brasileiro foi aprovado em 05 de junho do ano passado, pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural.

Realizada sem interrupção desde o ano de 1745, a festa, que atrai para a capital baiana o maior número de participantes, depois do carnaval, articula duas matrizes religiosas distintas – a católica e a afro-brasileira – assim como envolve diversas expressões da cultura e da vida social soteropolitana. Mais que uma grande manifestação religiosa da Bahia, a celebração é uma referência cultural importante na afirmação da cultura baiana, além de representar um momento significativo de visibilidade para os diversos grupos sociais.

À tarde, a ministra Marta Suplicy e a presidenta do Iphan, Jurema Machado, estarão no terreiro de Candomblé Ilê Axé Oxumaré, tombado – por unanimidade – pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural em novembro de 2013. Elas participarão de festividade em comemoração ao tombamento, com descerramento de placa comemorativa. A Casa de Oxumaré, sob os mais variados aspectos, constitui-se um dos mais relevantes templos da cultura afro-brasileira. É considerado um dos mais antigos  e tradicionais da Bahia, com grande reconhecimento social.

Afirmação da cultura baiana
Embora se recrie a cada ano, os elementos básicos e estruturantes da Festa do Bonfim permaneceram os mesmos, ou seja, a Novena, o Cortejo, a Lavagem, os Ternos de Reis e a Missa Solene. A celebração, que integra o calendário litúrgico e o ciclo de Festas de Largo da cidade de Salvador, acontece durante onze dias do mês de janeiro, iniciando-se um dia após o Dia dos Santos Reis, e encerrando-se no segundo domingo depois da Epifania, no Dia do Senhor do Bonfim.

Um dos pontos altos da festa, e que a individualiza no conjunto das Festas de Santo e Festas de Largo da cidade de Salvador, é a Lavagem do Bonfim, que se segue ao Cortejo, realizada por baianas e filhas de santo e acompanhada por um enorme contingente de moradores, turistas e de devotos do Senhor do Bonfim (Oxalá no candomblé).

Os rituais e celebrações da Festa ocorrem em diversos espaços da cidade de Salvador, tendo seu início o cortejo que sai da Igreja da Conceição da Praia, no bairro do Comércio, e seu ponto focal na Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, situada na Colina Sagrada, na península de Itapagipe, cenário onde é realizada a lavagem das suas escadarias. Esta igreja, construída para abrigar a imagem do Senhor do Bonfim que foi trazida de Portugal no século XVIII, é um monumento tombado pelo Iphan desde 1938, registrado no Livro de Belas Artes. Como Festa de Largo, incorpora práticas religiosas do catolicismo e do Candomblé, associando o culto dos orixás ao culto católico tradicional.

Fonte: Instituto do Patrimômio Histórico e Artístico Nacional

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