Em uma das entrevistas mais surreais e sexistas já vistas, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), ao explicar porque disse que a também deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) não “merecia ser estuprada”, explicou ao Jornal Zero Hora porque acha justo o empresário brasileiro pagar menores salários às mulheres.
“Eu sou liberal. Defendo a propriedade privada. Se você tem um comércio que emprega 30 pessoas, eu não posso obrigá-lo a empregar 15 mulheres. A mulher luta muito por direitos iguais, legal, tudo bem.
Mas eu tenho pena do empresário no Brasil, porque é uma desgraça você ser patrão no nosso país, com tantos direitos trabalhistas. Entre um homem e uma mulher jovem, o que o empresário pensa? “Poxa, essa mulher tá com aliança no dedo, daqui a pouco engravida, seis meses de licença-maternidade…” Bonito pra c…, pra c…! Quem que vai pagar a conta? O empregador. No final, ele abate no INSS, mas quebrou o ritmo de trabalho. Quando ela voltar, vai ter mais um mês de férias, ou seja, ela trabalhou cinco meses em um ano.
Por isso que o cara paga menos para a mulher! É muito fácil eu, que sou empregado, falar que é injusto, que tem que pagar salário igual. Só que o cara que está produzindo, com todos os encargos trabalhistas, perde produtividade.
O produto dele vai ser posto mais caro na rua, ele vai ser quebrado pelo cara da esquina. Eu sou um liberal, se eu quero empregar você na minha empresa ganhando R$ 2 mil por mês e a Dona Maria ganhando R$ 1,5 mil, se a Dona Maria não quiser ganhar isso, que procure outro emprego! O patrão sou eu.”
O que mais assusta não é apenas a posição radical e tresloucada do deputado. Nem mesmo os votos que recebeu daqueles que concordam integralmente com suas opiniões – afinal, não se pode esperar muito mesmo de mentecaptos. O que realmente apavora é a enorme quantidade de pessoas aparentemente mais moderadas que dizem aceitar o radicalismo de Bolsonaro porque “ele tem razão em muita coisa“.
fonte: Papo de Primata
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