Com Tabaré Vasques, Frente Ampla se elege pela terceira vez consecutiva e promete ampliar avanços sociais no país vizinho
Uma década depois, o povo uruguaio continuará representado na Presidência da República por um político de esquerda. Tabaré Vasquez será empossado no dia 1º de março de 2015, à frente da coligação de partidos progressistas Frente Ampla, no poder desde 2005 – aliás, processo iniciado pela primeira eleição de Vasques.
Vasques é médico e receberá a faixa do presidente José Pepe Mujica, a quem antecedeu no governo. Após a vitória, o presidente eleito acenou com uma proposta de diálogo a todos segmentos da sociedade.
“Convoco todos os uruguaios, não para que me sigam, mas para que me guiem e me acompanhem”, conclamou o presidente. Tabaré Vasquez ficou com 53% dos votos na disputa com o adversário Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional (o Blanco), dono de significativos 40% do eleitorado.
Vasquez assume um novo mandato em condição de confortável vantagem legislativa, pois obteve, no primeiro turno das eleições, realizado em outubro, a maioria das cadeiras no Congresso uruguaio. Naquele país, a renovação legislativa é integral a cada mandato.
Outras diferenças diferem o modelo eleitoral uruguaio do brasileiro: o eleitor é obrigado a escolher todos os candidatos de uma mesma legenda (para a presidência, Câmara e Senado); o eleito não pode ocupar a presidência duas vezes consecutivas e o mandato tem duração de cinco anos.
É também permitido ao candidato disputar a vaga de presidente e legislador ao mesmo tempo, na mesma eleição, ou o presidente em exercício se candidate ao Senado. Esse mecanismo permitiu ao derrotado Lacalle Pou obter votos suficientes para o Senado, onde terá como adversário o presidente que sai, José Mujica, eleito para a bancada da Frente Ampla, da qual será líder. A primeira-dama Lucia Topolanski também foi reeleita para a bancada governista.
Partidários de Tabaré Vasques anunciaram a ampliação da política de redistribuição de renda aplicada nos últimos dez anos pelos governos socialistas. As medidas oficiais conseguiram reduzir a pobreza, que atingia 39% da população, ao atual nível de 11%, com queda também nas taxas de desemprego
Vasques foi o responsável pelo rompimento da hegemonia dos partidos Nacional e Colorado e por conduzir a Frente Ampla ao poder em 2005. Dessa vez, ele ganhou as eleições com a maior margem de diferença em relação ao segundo colocado desde 1996.
da Agência PT de Notícias
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