O novo ministro da da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, recebe o cargo em solenidade no CNPq, em Brasília foto Valter Campanato/Agência Brasil |
O ministro Aldo Rebelo recebeu na tarde de hoje (2) o cargo de chefe do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do ex-ministro Clelio Campolina, que esteve à frente da pasta por nove meses.
Contrastando com o perfil do antecessor, apontado como detentor de “profunda relação com a área” pelo próprio Rebelo, o novo ministro deu destaque ao papel político da ciência.
Rebelo afirmou esperar que a área contribua com o desenvolvimento do país e para a garantia de soberania nacional, com autonomia política e tecnológica. Além disso, disse que a “observação, ao relacionar a ciência com a política, é no sentido de valorizar a agenda da ciência, da tecnologia e da inovação junto ao governo e junto ao Congresso”. Sem essa aproximação, “você corre o risco de sofrer prejuízos, porque muitas decisões que são importantes para a ciência, da tecnologia e da inovação são decisões políticas”, destacou.
Em relação às ações à frente do ministério, Rebelo se comprometeu com a busca por ampliação dos recursos da pasta, cujo orçamento pode sofrer contingenciamentos, tema que ele disse que discutirá diretamente com a presidenta Dilma Rousseff e com os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa. Rebelo defendeu a recomposição e ampliação dos investimentos do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, bem como do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
Além disso, destacou a importância do fortalecimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a fim de que os trabalhos nas áreas de ciência e tecnologia possam ser intensificados, expandidos e integrados.
“Que nós tratemos de fortalecer esse sistema, de recuperar possíveis perdas ocorridas e que tratemos de fortalecer a agenda da ciência e da tecnologia, de prestigiá-la, de dar a ela dimensão política, de valorizá-la socialmente e de dar ao país uma mentalidade científica”, destacou.
A integração de governos, empresas e instituições de pesquisa na expansão e desenvolvimento do sistema de ciência e tecnologia também foi apontada como meta pelo novo ministro. A ideia é que as instituições de pesquisa estaduais sejam fortalecidas, compartilhem conhecimentos e integrem conjuntamente as ações estratégicas para o país em áreas como difusão científica, biotecnologia, energia e nos programas espacial e nuclear.
Já no campo empresarial, Rebelo disse que defenderá a ampliação de concessões de crédito e subvenção econômica para pesquisa e desenvolvimento no setor. “Não há competitividade nos dias de hoje sem inovação”, avaliou.
A indicação de Rebelo para o MCTI chegou a ser questionado pela imprensa e por especialistas, sobretudo aqueles ligados à área ambiental. Isso porque o ministro protagonizou diversos embates com ambientalistas nas discussões sobre o Novo Código Florestal, proposto por ele quando deputado federal pelo PCdoB de São Paulo.
À época, Rebelo escreveu carta em resposta ao Instituto Socioambiental (ISA) na qual negava o aquecimento global, apontado por ele como incompatível com o conhecimento contemporâneo. “Ciência não é oráculo. De verdade, não há comprovação científica das projeções do aquecimento global, e muito menos de que ele estaria ocorrendo por ação do homem e não por causa de fenômenos da natureza”, escreveu.
Hoje, o ministro evitou falar de sua posição sobre o assunto e disse que o ministério se guiará pelas posições já consolidadas no país. “O Brasil participa pelos seus pesquisadores, pelos cientistas dos debates relacionados com esse tema nos fóruns internacionais e o Ministério de Ciência e Tecnologia vai participar contando com o apoio dos seus técnicos e contando com o apoio das outras instituições governamentais que formam a posição do Brasil nesses temas”, disse.
da Agência Brasil
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