10 de fev. de 2015

Globo coordena campanha de impeachment

A Rede Globo mandou retirar qualquer referência ao nome de FHC com Operação Lava Jato.

De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

A Rede Globo de Televisão está coordenando, escancaradamente, a campanha pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Silvia Faria, diretora da Central Globo de Jornalismo, enviou um e-mail à todos os chefes de núcleo da emissora para que blindassem o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com relação a Operação Lava Jato, que investiga o desvio de dinheiro na Petrobras.

A ordem para blindar FHC se deu após uma equipe de reportagem ter procurado o ex-presidente para que ele se pronunciasse sobre o depoimento do ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, onde ele afirma que recebia propina na estatal desde 1997, período anterior ao governo Lula. No e-mail a diretora global ordena que "tirem trecho que menciona FHC nos VTs sobre a corrupção na Lava Jato. Revisem os VTs com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique". 

Segundo o jornalista Luiz Nassif, do jornal GGN, o acirramento da mídia tem em sua raiz, problemas financeiros, porque estamos vivendo um momento de transição tecnológica. "Foi assim nos anos 20, com o advento do rádio; nos anos 50, com o início da TV; nos anos 60, com a crise financeira dos jornais", opinou o jornalista.

Ainda segundo Nassif  hoje, "Do ponto de vista financeiro, tem-se a seguinte situação:

1. No ano passado, pela primeira vez a Rede Globo fechou no vermelho. A empresa está revisando todo seu modo de produção, acabando com os contratos permanentes com artistas, que eram mantidos no cast, muitas vezes sem aproveitamento, apenas para não serem contratados por competidores. O quadro está tão complicado, que a ABERT (Associação Brasileira das Empresas de Rádio e Televisão) levantou o veto que tinha em relação à TV digital, vista agora como uma forma de faturamento suplementar

2. A Editora Abril está se esvaindo em sangue. O valor do vale refeição caiu para R$ 15,00, que só cobre o preço do refeitório instalado no prédio. Há informações de que até o refeitório será desativado nos próximos dias. As redações estão abrindo mão de jornalistas experientes, sendo trocados por novatos sem grande experiência.

3. O Estadão está há tempos à venda.

4. A Folha caminha para ser, cada vez mais, uma editoria da UOL.

É uma questão de vida ou de morte: ou empalmam o poder ou tornam-se irrelevantes." Concluiu o jornalista.

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