2 de fev. de 2015

Vitória de Cunha foi um desgaste desnecessário

Eduardo Cunha é eleito em primeiro turno
presidente da Câmara com 267 votos
Wilson Dias/Agência Brasil
A vitória de Cunha significou um desgaste desnecessário para o governo Dilma.

De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

A eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, ocorrida neste domingo (1), foi uma demonstração de força política do vencedor, o deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) e um desgaste desnecessário para a presidenta Dilma Rousseff. Desnecessário por absoluta inabilidade política com o parlamento e de comunicação.

A construção do escândalo da Petrobras pelo PIG ganha as manchetes dos principais meios de comunicação do país e o governo se cala, é incapaz de explicar como as investigações são conduzidas por ele mesmo porque, da forma em que as notícias são dadas pela imprensa, parece que o Ministério Público e a Polícia Federal não são órgãos do governo.

O tamanho da traição

Durante toda a campanha para a presidência da casa, Cunha manteve o discurso de que exerceria o cargo  para tornar a Câmara independente sem ser oposição. "Nunca em nenhum momento nós falamos que seríamos oposição e também falamos que não seremos submissos", disse o parlamentar no seu discurso de posse.

Membro da bancada evangélica e começando o seu quarto mandato parlamentar, Cunha tem um perfil conservador e é ligado ao setor das telecomunicações. Em diversas ocasiões declarou ser contrário a regulação da mídia que, em 2014, entrou na pauta da agenda política do Planalto. Eduardo Cunha refere-se a regulação da mídia como censura.
O pastor Silas Malafaia declarou seu apoio a Cunha no Twittir

Outro posicionamento intransigente do deputado, inúmeras vezes declarado, é o de ser contrário a legalização e descriminalização da maconha e do casamento gay.

Na condição de presidente da Câmara é ele quem decide a pauta de votações, a criação de comissões especiais, como as CPIs, por exemplo. O que é mais preocupante, entretanto, é que ao presidente cabe acatar, ou não, pedidos de impeachment que podem ser formulados por qualquer cidadão.

Isso é tudo que o PIG quer.

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