O Pentágono finalmente confirmou que Israel possui armas nucleares
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
Enquanto os espiões de Washington viviam obcecados em vigiar os e-mails de Hillary Clinton no Departamento de Estado, alguns repórteres investigavam uma história muito mais importante sobre os segredos do governo. Após cinco décadas de negação, o Pentágono finalmente confirmou, mesmo relutante, que Israel, de fato, possuem bombas nucleares, bem como a tecnologia de armas semelhantes as dos Estados Unidos.
A informação foi publicada no site m.thenation onde afirma que no começo do mês de março o Departamento de Defesa divulgou um relatório secreto feito em 1987 pelo Instituto Pentágono,
para Análise de Defesa que, essencialmente, confirma a existência de armas nucleares em Israel.
O Departamento de Defesa, DOD, foi alvo de uma ação, amparada na Lei de Liberdade de Informação dos EUA, movida por Grant Smith, repórter investigativo que dirige o Instituto de Pesquisa Política do Oriente Médio. Smith disse que acha que esta é a primeira vez que o governo dos EUA forneceu uma informação como essa, por se tratar do que eles chamam de "segredo de Estado".
Não é exatamente uma novidade o fato de Israel possuir armas nucleares, as elites políticas e todos os presidentes americanos sempre souberam da existência dessas armas, embora também sempre tenham negado a existência delas. As autoridades americanas, por força da lei, têm liberado informações militares mas os funcionários federais continuam proibidos de divulgar a verdade as pessoas.
Quando a repórter Helen Thomas perguntou a Barack Obama em 2009, se Israel possuía armas nucleares, o presidente se esquivou. "No que diz respeito às armas nucleares, você sabe, eu não quero especular", disse Obama. Essa foi uma desculpa esfarrapada porque, assim como Obama, certamente dois terços da população americana sabe da existência das armas nucleares em Israel, como foi confirmado em pesquisa de opinião recente.
No entanto, a confirmação desse segredo abre a tampa do esgoto das relações espúrias entre os EUA e Israel, deixando os dois países vulneráveis à questionamentos internacionais. O reconhecimento oficial da existência das armas, feito pelo governo americano, comprova as sua intenções maléficas. Washington sempre pressionou outros países a assinarem o tratado para desencorajar a disseminação de armas nucleares e os que assinaram autorizavam, automaticamente, a fiscalização periódica pela ONU (na verdade pelos EUA), entretanto, Israel nunca assinou o Tratado e, portanto, não tem que submeter-se à essas inspeções.
Washington sabia o tempo todo que, se Israel sofresse qualquer fiscalização, as armas seriam encontradas, por isso mesmo foi que em 1961 os senadores americanos alteraram a Lei de Assistência Externa (FAA), que proibia qualquer ajuda dos EUA aos países em desenvolvimento, para fabricação de armas nucleares. Na alteração foi excluído e Estado de Israel, que recebeu todo suporte para desenvolver esta tecnologia de guerra.
O estrago que Israel pode fazer em todo o Oriente Médio garante ao governo americano continuar no controle dos campos de petróleo da região, além de assegurar sua política de dominação, avançando agora para o hemisfério Sul, como notadamente está fazendo com a Venezuela e articulando os movimentos de direita e extrema direita no Brasil.
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