16 de mai. de 2015

Alemã de 102 anos defende doutorado

Alemã de 102 anos defende doutorado negado pelos nazistas
Nos anos 1930, pediatra foi impedida de fazer a defesa da tese em Hamburgo por causa da ascendência judaica. Ela é aprovada e receberá o título quase 80 anos depois.

Uma alemã de 102 anos defendeu sua tese de doutorado cerca de 80 anos depois de ter sido impedida de fazê-lo pelo regime nazista por causa de sua ascendência judaica, comunicou nesta sexta-feira (15/05) o Hospital Universitário de Hamburgo-Eppendorf.

A defesa da pediatra Ingeborg Syllm-Rapoport, ocorrida na quarta-feira, foi bem-sucedida e ela receberá o título de doutora em junho. A tese sobre difteria havia sido escrita entre 1937 e 1938, mas na época ela foi impedida de fazer o exame oral necessário para obter o título de doutora.

Na época, a direção da Faculdade de Medicina justificou a decisão com a chamada lei de raças, que discriminava pessoas judias ou de ascendência judaica. A mãe de Ingeborg era judia.

"Com esse exame de doutorado não podemos desfazer a injustiça cometida, mas contribuímos para a confrontação com o pior lado da história alemã nas universidades e escolas superiores", disse o diretor da Faculdade de Medicina, Uwe Koch-Gromus.

Ingeborg Syllm-Rapoport nasceu em 1912, filha da pianista judia Maria Syllm, e migrou em 1938 para os Estados Unidos, onde trabalhou como pediatra. Lá ela conheceu seu futuro marido, Samuel Mitja Rapoport, com quem teve quatro filhos.

Em 1952, os dois simpatizantes do socialismo se mudaram para Berlim Oriental, na então Alemanha comunista. Em 1969, Ingeborg assumiu, no hospital universitário Charité, a primeira cátedra de neonatologia na Alemanha. Ela era uma das mais renomadas pediatras da Alemanha Oriental.
AS/dpa/afp/efe

Nenhum comentário: