5 de mai. de 2015

Foto de jovem negra viraliza nas redes sociais

A foto de uma jovem negra, publicada em um perfil no Facebook, viraliza e gera polêmica nas redes sociais

De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

Uma foto publicada no perfil do Facebook, supostamente de uma uma jovem negra chamada Cristiane Damacena, provocou uma enorme polêmica e já tem quase 12 mil comentários. Tudo começou com os primeiros comentários de cunho racista e em seguida com milhares de comentários solidários à jovem.

Muitos internautas afirmam que o perfil de Cristiane é falso e que foi criado por hackers, com o objetivo de comentar a foto dela com xingamentos e praticar o racismo livremente. O assunto repercutiu tanto que até emissoras de TV, como a Rede record, noticiaram o fato em seus telejornais.

Se o perfil é falso ou verdadeiro, não vem ao caso, o que importa é que a prática do racismo, apesar de ser um crime inafiançável, está sendo disseminada livremente.

O que é preconceito
O comportamento do homem, ao longo da história da humanidade, sempre foi diferenciado para alguns grupos, sobretudo na origem étnica. O racismo surgiu como desculpa para o tratamento desigual dessa etnia.  Neste contexto, pode-se dizer que o preconceito é um entrave ao desenvolvimento e ao relacionamento fraterno da humanidade. É uma arma que dói, que perfura e maltrata. 

É indiscutível sentir o preconceito e não sofrer, pois só quem já o sentiu é capaz de descrevê-lo. Existe discriminação baseada em quase todas as razões e motivos: pelo vestuário, pela linguagem, pela cor, pelo credo, pela posição social e por outras.  Enfim, o preconceito causa frustrações e um grande sentimento de impotência, sobretudo o preconceito racial que é um dos tipos de exclusão mais comum nas sociedades. Para compreendê-lo com mais profundidade, falar sobre com base em uma perspectiva histórica, ou seja, na história da humanidade. 

Observa-se que o preconceito racial sempre esteve presente, notadamente desde a trajetória de povos errantes, e que, em dado momento, passaram a organizar-se em sociedades tradicionais. É possível notar também que já havia, desde essa época, distinção entre diferentes classes sociais e, certamente, discriminação entre elas.

Entretanto, não é possível determinar com precisão datas que indiquem o surgimento do tratamento discriminatório em relação às diferentes etnias na humanidade. O mais antigo evento racista aceito pela história teria ocorrido no Egito antigo.

Sobre esse fato Eliane Azevedo descreve o seguinte:

"A mais antiga referência à discriminação racial data de aproximadamente 200 a. C. e consta de um marco erigido acima da segunda catarata do Nilo, proibindo qualquer negro de atravessar além daquele limita, salvo se com o propósito de comércio ou de compras. Fica óbvio que a discriminação era fundamentalmente de ordem econômico-política, usando a raça como referência". (AZEVEDO, 1987, p. 23) e continua descrevendo que "Os gregos consideravam bárbaros todos os povos não gregos. Aristóteles chegou mesmo a propor a hipótese do escravo nato, admitindo que alguns já nasceram para escravos, e outros, para senhor. Por outro lado, os persas consideravam-se superiores ao resto da humanidade e assim também pensavam sobre si os germanos, os normandos, os romanos e os bárbaros das estepes da Ásia". (AZEVEDO, 1987, p. 24)

O fato é que, sendo antigo ou não, o racismo continua sendo praticado no Brasil e precisamos assumir uma posição de repúdio irrestrito à quem o pratica.

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