30 de jul. de 2015

Igreja amplia invasão no parque e governo diz amém

Ampliação de área invadida pela Igreja da Santíssima Trindade
Foto Conselho Comunitário do Setor Norte
Igreja católica amplia área de invasão no Parque Urbano e Vivencial do Gama e governo diz amém

Do Gama
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

Seguir os preceitos bíblicos é uma obrigação apenas dos fiéis porque, ao que parece, os dirigentes de algumas igrejas foram dispensados dessa obrigação pelos seus deuses. Uma prova disso é o caso da Igreja Santíssima Trindade, que invadiu uma área do Parque Urbano e Vivencial do Gama, PUVG, há alguns anos e agora está ampliando em mais da metade da invasão inicial.

Eu não consigo entender que a invasão de uma área pública por uma igreja seja um ato evangelizador, está mais para um ato de vandalismo. Uma área destina à toda uma população não pode pertencer apenas à um grupo social, mas isso só acontece porque a ganância desses líderes religiosos não têm limites.

Além de serem isentas de tributação, as instituições religiosas não compram os terrenos onde constroem seus templos, com raríssimas exceções, como a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, mais conhecida como a igreja dos Mórmons.

O parque sofre com diversas formas de agressão, sendo a principal delas, a invasão com edificações de igrejas católica e evangélicas, uma loja maçônica e dois estacionamentos, sendo que um deles, fica em frente a uma igreja evangélica que é dirigida pelo conhecido pastor Natanael. O detalhe é que, ao lado da igreja, existe um estacionamento público distante cerca de cinco metros da igreja.

O PUVG, tem uma área de 592.000 metros quadrados e está localizado no Setor Norte do Gama. O local é formado por fauna e flora típicas do Cerrado brasileiro, com brejos e murunduns, e um grande potencial de recursos hídricos, com olhos d’água, nascentes e minas.

Como toda área pública não cercada e vigiada, a situação do parque não é diferente das demais, pois ele está invadido por chacareiros, auto escolas, igrejas, loja maçônica e dois centros de idosos.

A área é muito importante para o futuro abastecimento hídrico da cidade. O solo é hidromórfico, que quer dizer que o lençol freático toca a superfície. O local é favorável ao surgimento de nascentes, mas já está bastante degradado. 

O poder público tem responsabilidade pelas agressões que o local vem sofrendo, porque permitiu a instalação e permanência das edificações de grupos religiosos e por ter ele mesmo, o poder público, agredido diretamente ao construir estacionamentos e ciclovia em toda extensão do parque.

A população do Gama espera que o governo tome providências quanto a essa situação de abuso e não fique de joelhos dizendo amém e esperando os votos dos féis dessas igrejas nas próximas eleições.

com informações técnicas de CCSN

Um comentário:

Emerson Tormann disse...

Seria mais útil transformar essa área em escola, ou hospital, ou qualquer outra coisa que não um templo religioso. Viver de ilusões e com a esperança de uma "vida" após a morte é milhões de vezes menos produtivo que formar cidadãos capazes de pensar, trabalhar e construir um futuro decente.