O presidente da Mitsui, Shinji Tsuchiya (de óculos), em depoimento à CPI da Petrobras, negou que tenha feito pagamento de propina |
Presidente da Mitsui negou ter pago propina a diretores da Petrobras em depoimento a CPI
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
O presidente da Mitsui, Shinji Tsuchiya, prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito, CPI, da Petrobras, nesta quarta feira (5) e negou que a sua empresa tenha pago propina a diretores da estatal brasileira. O doleiro Alberto Youssef disse em delação premiada que houve pagamento de propina por parte da empresa japonesa em contratos de navios-sonda.
Questionado pelo deputado Onix Lorenzoni, DEM/RS, sobre os valores recebidos pela Mitsui pelos contratos de navios-sonda com a Petrobras, Tsuchiva disse que só poderia revelar se hovesse um pedido oficial das autoridades brasileiras, visto que esta informação envolve o sigilo bancário de empresas parceiras. Disse ainda que não só a estatal brasileira teve prejuízo, mas a sua empresa também. Onix anunciou que já fez o requerimento para obter tais informações e que vai pedir a quebra do sigilo bancário da Mutsui no Brasil.
Já a deputada Eliziane Gama, PPS/MA, perguntou ao presidente da empresa japonesa se era verdadeira a afirmação de Youssef que a Mitsui havia pago propina para manter contratos com a Petrobras, como foi e para quem foram pagos os valores, se houve pressão para que os valores fossem pagos e se ele conhecia Fernando Baiano.
Com a ajuda de um intérprete o presidente da Mitsui respondeu que não conhece Youssef nem Fernando Baiano, que sua empresa nunca pagou propina para manter contratos com a Petrobras e, por isso, afirmou que nunca sofreu qualquer tipo de pressão e que desconhece os motivos do doleiro ter citado a Mitsui.
Tsuchiva também negou que Júlio Camargo fosse representante da Mitsui, embora mantivesse contato com alguns funcionários da filial no Brasil e negou com veemência ter pago qualquer quantia a Camargo.
O curioso neste depoimento foi a insistência da deputada Eliziane em sugerir que a Mitsui pagou propina a Júlio Camargo, percebeu-se na ocasião que ela dava mais crédito ao depoimento do doleiro do que as declarações do presidente da empresa japonesa, causando um claro mal-estar entre o entrevistado e a deputada.
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