Em razão do atendado desta sexta-feira em Paris, o Facebook lançou um filtro opcional para todos os usuários da rede.
A proposta do filtro é solidarizar-se com as vítimas do atentado transformando sua foto do perfil em uma imagem que mistura a original com as cores da bandeira da França. Assim, minuto a minuto os usuários vão utilizando a ferramenta, levados pelo choque emocional gerado pelos ataques à capital francesa.
por Èric Lluent
tradução de Kélliana Braghini
É evidente (mesmo não acreditando que seja desejável) que no mundo há muitos mortos de primeira e mortos de segunda, inclusive de terceira e quarta. É até certo ponto compreensível que um cidadão europeu se comova mais com um atentado ocorrido em Paris, que outro em Beirute. Portanto, se prestarmos atenção na cobertura midiática que se faz de um e de outro, seria de estranhar que um cidadão do estado espanhol, por exemplo, será mais afetado por um ataque terrorista no Líbano do que um na França.
A manipulação coletiva por parte dos grandes meios de comunicação é evidente. O silêncio que impera ou a frieza na hora de expor figuras dos mortos quando se trata de um atentado que ocorreu em um lugar conhecido como Mundo Árabe contrasta com o exagero da exposição quando se trata de um atentado em território europeu ou norte americano.
E mesmo que esta estratégia comunicativa seja um modelo de sucesso na hora de criar cidadãos e sociedades de primeira e de segunda, cada vez mais europeus entendem estar sendo manipulados e buscam fugir da influência dos grandes meios, que com sua ação ou falta dela, constroem muros entre sociedades, que parecem intransponíveis. Não obstante, ao se tratar de uma novidade, o filtro do Facebook apresenta um perigo que atinge a maioria dos internautas, especialmente os mais vulneráveis.
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