A falta de medicamentos, profissionais e material de trabalho, podem provocar a morte de pacientes a qualquer momento no Hospital de Base
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
A saúde pública no Distrito Federal agoniza a cada dia. A situação é tão crítica, que a falta de medicamentos, profissionais e material de trabalho, podem provocar a morte de pacientes no maior hospital de Brasília, o Hospital de Base.
A denúncia foi feita por um médico da unidade hospitalar em um grupo do WatsApp e divulgada em uma reportagem do Bom Dia DF na manhã desta segunda-feira (28).
Este vídeo precisa ser compartilhado em todas as redes sociais.É de cortar o coração e a população precisa saber disso!
Posted by Ana Marcia Pediatra I on Segunda, 28 de dezembro de 2015
Se tomarmos como exemplos os Estados do Rio de Janeiro e de Goiás, que tem como administradoras da rede pública de saúde as chamadas Organizações Sociais, OSs, perceberemos claramente que a intenção do governador Rodrigo Rollemberg é a de sucatear a saúde no Distrito Federal, para motivar a implantação dessa forma odiosa e criminosa de administrar as unidades de saúde no DF.
A situação caótica não é apenas no Hospital de Base. No Hospital Regional do Gama, HRG, por exemplo, as mulheres que tiveram filhos no HRG na semana passada, não podem ir para casa, simplesmente porque o hospital não dispõe de médicos pediatras para autorizar a alta dessas pacientes, é o que denuncia outra reportagem, a do Balanço Geral da TV Record. Segundo ainda a reportagem, esse problema é comum em todos os hospitais do DF.
Segundo o médico ultrassonografista, gestor em saúde pública e Ex-secretário municipal de saúde de Santa Inês - MA, Thiago Zacariotto, não há nenhum sentido em adotar o sistema de gestão por OSs no Distrito Federal.
Por mensagem eletrônica o médico disse que "O principal motivo para a não adoção desse regime de gestão vem na própria justifica para o mesmo: economia!". Segundo ele, o principal ponto onde as OSs conseguem economizar é na contratação de funcionários da saúde, que representam cerca 70% das suas despesas.
O médico desmonta a tese de contratar as OSs como administradoras das unidades de saúde, quando afirma que "outro ponto que sempre me faz ir contra as OSs é o custo dela! Uma OS recebe o valor de 5% do contrato bruto para fazer a administração.
Então vamos aos cálculos: se um hospital vai receber R$ 10 milhões por mês para serem administrados, a OS ficaria com R$ 500 mil, bem, qualquer pessoa que conheça um pouco de administração, sobretudo hospitalar, sabe que nenhuma diretoria recebe esse valor por mês, montar uma diretoria completa com excelentes profissionais, sai a um custo de uns R$ 200 à 250 mil por mês.
Logo, contratar uma OS é jogar fora 50% do que ela recebe, que poderiam ser revertidos em mais profissionais, mais medicamentos, mais equipamentos!
A única questão é que deve-se dar autonomia e não permitir interferências politiqueiras frente aos administradores, para que possa ser desenvolvido uma gestão adequada, visando a qualidade e humanização do atendimento para a população!
Como terceiro ponto, e impossível de não ressaltar, são os escândalos envolvendo desvios de verbas, pagamentos de propinas, até mesmo para secretários de Estado, e má gestão do dinheiro público, levando à falência da saúde pública em vários locais do Brasil, com maior ênfase nos estados do Maranhão e do Rio de Janeiro, onde já tivemos a prisão de vários donos de OS e agentes públicos!" dispara o médico.
O governador Rollemberg está dando continuidade ao sucateamento da saúde no DF iniciado no governo Arruda e nós, usuários e financiadores desse sistema, não podemos aceitar que esse crime contra a população seja levado adiante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário