23 de dez. de 2015

Dilma cria gabinete para discutir crise na saúde do Rio

Foto Joaquim Dantas
Foto Joaquim Dantas
Diante da grave crise na saúde pública do Rio de Janeiro, um gabinete com participação de representantes dos governos federal, estadual e municipal será constituído a partir desta quarta-feira (23).

A informação foi dada nesta manhã pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro, que participou de uma reunião no Palácio do Planalto com a presidenta Dilma Rousseff e os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Fazenda) e os presidentes do Banco do Brasil, Alexandre Abreu, e da Caixa Econômica, Miriam Belchior. O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, também participou da reunião por videoconferência.

"A coordenação será nossa, federal, com toda a rede federal à disposição, toda rede estadual e toda rede municipal agindo em sinergia, agindo em harmonia, vendo e distribuindo as tarefas, transferindo doentes, se for necessário, levando equipamentos, medicamentos, ou seja, tomando todas as decisões necessárias para amenizar o problema que estamos passando, problemas emergenciais que estamos passando no Rio de Janeiro", explicou Castro.

Segundo o ministro, o secretário de Atenção à Saúde do ministério, Alberto Beltrame, irá ainda hoje ao Rio de Janeiro para se reunir com o governador Pezão e com o prefeito Eduardo Paes para instalar o gabinete de crise.

“Da nossa parte da saúde, estamos inteiramente solidários ao governador Pezão. Compreendemos a situação financeira pela qual ele está passando. Não é só o governo do Rio, todos os governos estaduais, todos os governos municipais estão em dificuldade financeira, mas o do Rio especialmente. Isso se deve à queda do preço do petróleo que todos sabem, os royalties do petróleo constituem a principal renda do Rio de Janeiro. Como o petróleo estava mais de US$ 100 e hoje está abaixo de US$ 40, isso trouxe uma queda das suas receitas e trouxe um problema adicional”, destacou Castro, afirmando que todos precisam ser solidários ao povo do Rio.

A reunião de hoje foi chamada depois que presidenta Dilma Rousseff cancelou a ida ao Rio de Janeiro onde participaria da cerimônia de inauguração do Parque Radical Deodoro, uma das instalações dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o Ministério Público Federal, o Sindicato Estadual dos Médicos e as defensorias públicas da União e do Rio criaram um gabinete de crise. O Tribunal de Justiça do estado determinou que o governo disponibilize imediatamente os recursos obrigatórios destinados à área de saúde, atendendo à um pedido feito pelo grupo.

Segundo  a liminar, o estado tem 24 horas para depositar no Fundo de Saúde o valor correspondente a 12% da receita anual. Em caso de descumprimento, será aplicada multa diária de R$ 50 mil. O secretário de Saúde e o governador Luiz Fernando Pezão também terão de pagar multa diária de R$ 10 mil, caso não cumpram a decisão.

Socorro financeiro
Sem dar detalhes, Marcelo Castro disse que o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, irá analisar uma forma de dar socorro financeiro ao Rio de Janeiro. 

A prefeitura do Rio de Janeiro planeja emprestar ao governo do estado cerca de R$ 100 milhões para socorrer dois hospitais estaduais da zona oeste: Albert Schweitzer e Rocha Faria. Ontem (22), o governador Luiz Fernando Pezão havia informado que o estado precisa de R$ 350 milhões para normalizar o atendimento em todas as unidades de saúde.

Vírus Zika
O ministro da Saúde disse que o governador do Rio não pediu ajuda do Exército para ações de combate ao vírus Zika, que tem sido associado a casos de microcefalia em bebês.

De acordo com Marcelo Castro, o Ministério da Saúde vai distribuir repelentes para gestantes. “Um grande número de pessoas que tem a enfermidade zika não tomam conhecimento que tiveram essa enfermidade”, disse. 

da Agência Brasil

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