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Oito policiais militares acusados de torturar jovens com faca quente, são soltos no Rio de Janeiro
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
Os oito policiais militares acusados de queimar com faca quente, roubar, ameaçar e humilhar quatro rapazes no bairro de Santa Tereza no Rio de Janeiro, ganharam a liberdade na manhã desta segunda-feira (28). Eles ficaram presos administrativamente apenas por 72 horas.
Os PMs trabalhavam na Unidade de Polícia Pacificadora, UPP, da Coroa, Fallet e Fogueteiro, mas por enquanto não voltarão aos seus postos, eles vão realizar serviços internos em uma unidade militar que não foi divulgado pelo comando da corporação.
Os quatro jovens que tem entre 13 e 23 anos, saiam de uma festa na madrugada do último dia 25 quando foram abordados pelos PMs em uma blitz. Segundo relataram os jovens a abordagem foi feita com chutes no rosto e no tórax, ao tempo em que eram acusados pelos policiais de serem bandidos.
Não satisfeitos com a agressão inicial, os PMs cortaram com uma faca quente parte dos braços e pernas dos jovens sendo que, um deles, teve parte do saco escrotal cortado. A tortura não parou por aí, ainda segundo o depoimentos dos rapazes, os policiais queimaram o cabelo deles com um isqueiro, obrigaram os quatro jovens a ficarem completamente nus no meio da rua e obrigaram um deles a fazer sexo oral com outro rapaz enquanto um PM filmava a cena.
Em declaração à imprensa carioca um dos rapazes afirmou que “a gente implorava para parar. Não pedia, não. Implorava para parar, chorando todo mundo. E ele não parava, não. Aí, é que eles batiam mais. Teve uma hora que eu falei: estou passando mal, meu senhor. Está passando mal? Pegou o spray de pimenta e tacou na minha cara”.
Os relatos dão conta ainda de que os rapazes estão com muito medo de represálias por parte dos acusados, eles afirmam também que foram roubados pelos PMs em R$ 400,00, sandálias, bonés e cordões.
Após a seção de tortura os quatro jovens dirigiram-se à delegacia para prestar queixa e foram intimidados pelos policias, que já estavam no local, para que não fizessem isso.
Não resta a menor sombra de dúvida de que esses rapazes estão correndo risco de morte, após a libertação dos policiais, mesmo que eles não voltem a ocupar os antigos postos nas UPPs. Os PMs deveriam continuar presos até que as investigações fossem concluídas, agora só resta torcer para que esses jovens, pretos e pobres, não engrossem as estatísticas de homicídios praticados pela polícia do Rio.
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