19 de jan. de 2016

Sindicato se recusa a filiar trabalhadores de restaurante

Com a proximidade de novas eleições Sechosc/DF se recusa a filiar trabalhadores de restaurante

De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho

Uma jovem que trabalha em um restaurante que pertence a uma grande rede em Brasília e que prefere não se identificar, foi ao Sindicato dos Trabalhadores em Bares, Hotéis, Restaurantes e Similares do Distrito Federal, Sechosc/DF, requerer a sua carteira de filiada a entidade, visto que mensalmente é descontada de seu salário a taxa de filiação de cerca de R$ 42,00.

A trabalhadora foi surpreendida com a negativa da entidade em fornecer o documento, alegando que eles estavam em processo eleitoral e não estavam fornecendo novas carteiras de filiação. A jovem insistiu em requerer o documento e diante da insistência do sindicato em negar-lhe o que lhe é de direito, ela pediu que a entidade lhe desse uma declaração com os motivos da recusa.

O advogado da entidade foi chamado para conversar com ela e mudou a versão da negativa em emitir a carteira. Primeiro o advogado falou que não era por causa do processo eleitoral, mas porque o sistema estava fora do ar. Diante da ameaça da jovem de denunciar o sindicato à Delegacia Regional do Trabalho, o advogado mudou a versão novamente, alegando que o funcionário que emite o documento só chegaria ao local na parte da tarde desta terça-feira (19) e que ele, o advogado, providenciaria a emissão da carteira e que a enviaria ao local de trabalho da jovem imediatamente.

Entenda o caso
A atual diretoria tem pretensões de perpetuar-se à frente do sindicato por toda a eternidade, para tanto eles mudaram o estatuto da entidade com um artigo que determina que só podem votar os trabalhadores que apresentarem a carteira de sindicalizados. O trabalhador que contribui mensalmente e que é sindicalizado, mas que não possui a carteira, não pode votar.

Fica claro que a intenção dessa diretoria é manipular as próximas eleições, dando o direito ao voto àqueles que já possuem a carteira do sindicato e reencaminhem a atual direção para mais um mandato. Isto tem nome e sobrenome: voto de cabresto.

Há décadas no poder, a atual direção despreza a categoria em todos os aspectos, desde não lutar por melhores salários para os trabalhadores à exigir melhores condições de trabalho para eles. Sem contar que a entidade não fiscaliza o repasse da taxa de serviço (10%) aos trabalhadores, que reclamam que a maioria dos empresários retém parte desse valor.

O Sechosc/DF pode ser considerado, sem sombra de dúvidas, como uma filial do sindicato patronal, pelo desrespeito que eles têm pelo trabalhador e pela total falta de empenho em lutar por essa valorosa categoria.

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