19 de abr. de 2016

A desfaçatez de um bandido chamado Eduardo Cunha

DESFAÇATEZ NÃO CONHECE LIMITES

por Francisco Costa

Eduardo Cunha, em entrevista, ontem, afirmou que vai processar todos os parlamentares que se referiram a ele de forma desairosa, durante a votação da admissibilidade do Senado processar a presidente.

Entre os caras de pau nacionais, Cunha é de jacarandá, madeira nobre e rara, a mais cara, nos dois sentidos.

Um sujeito que coleciona 23 processos por corrupção, sendo que o vigésimo terceiro, em curso, no STF, com acusações de praticar chantagens e ameaças de morte, denunciado pelo Ministério Público suíço, como titular de 13 contas secretas, em seu nome, e mais duas, uma no nome da esposa e outra, no nome da filha, dono de empresas offshores, em paraísos fiscais, detentor de mais de cem domínios (sites) na internet, alguns deles em nome de Jesus, literalmente: Jesus.com, está ofendido, coitado.

Um sujeito que começou a sua vida de crimes ainda no governo Sarney, quando foi tesoureiro de campanha de Fernando Collor, no Rio de Janeiro, e depois sócio de PC Farias, em uma empresa, só não sendo preso porque queimaram o arquivo, matando PC.

Um sujeito nomeado por Collor, para promover o desmonte de empresas, para facilitar a privatização.
Novamente nomeado, agora por FHC, para acabar com o sistema de telecomunicações nacional, desempregando milhares de trabalhadores, sucateando tudo, para facilitar a privatização.

Um sujeito nomeado pelo não menos ladrão, Anthony Garotinho, para dirigir o sistema habitacional do estado, sendo exonerado por ladrões, porque nem os ladrões suportaram tanto roubo de Cunha.

Um sujeito que se intitulando pastor, ao lado de outro pastor, seu sócio em uma empresa, trocou tiros com quadrilha rival, na zona portuária do Rio de Janeiro, conhecida por ser região de narcotráfico, contrabando e prostituição.

Um sujeito citado em praticamente todas as operações da Polícia Federal, que, na véspera do circo da admissibilidade, foi denunciado mais um vez, por ter recebido 52 milhões, em 36 parcelas...

Um sujeito dessa extirpe, com esse histórico, tem condições de processar alguém?

A maioria dos que cumprem penas, em presídios e penitenciárias, são amadores, diante de Cunha.
Pois ele quer processar os que falaram verdades, sentindo-se ofendido.

Que adjetivo o ofendeu mais, ladrão, corrupto, escroque, bandido, gangster, salafrário...? Ele deveria é estar feliz, pelo reconhecimento público.

Os progressistas da época chamavam Lacerda de O Corvo. Nem a isso Cunha chegou, é O Urubu mesmo.

E se isso tudo nos mostra reduzidos a uma Bananas Republic, a uma república bananeira, de caciques e coronéis, dói-nos saber que aqui Al Capone e que prende Eliot Ness, só aqui um Cunha da vida, acumpliciado aos quais remunerou, é capaz de formalizar um golpe contra quem nunca foi sequer indiciada.

Mais que política, econômica ou filosófica, a resistência a isso é moral, para que nossos filhos amanhã não nos vejam covardes ou cúmplices.

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