Foto Joaquim Dantas/Arquivo |
na Revista Brasileiros
O movimento Frente Brasil Popular, partidos políticos, sindicatos, sociedade organizada, estudantes, mulheres e negros saíram às ruas em todo o país para defender a democracia e pedir a saída de Temer.
No Rio de Janeiro a concentração (neste domingo, 31 de julho) contra o golpe ocorreu na Candelária e os manifestantes saíram em caminhada até a Praça Mauá, onde fica, sugestivamente, o Museu do Amanhã.
Futuro que os brasileiros conscientes insistem em garantir para os seus filhos e netos.
As palavras de ordem dos cariocas incluíram Fica Dilma, o Petróleo é Nosso, Fora Temer e os golpistas. Alguns e algumas coxinhas velhas acenavam negativamente com o polegar, mas muitos apoios vinham dos carros e ônibus nos cruzamentos.
Minutos antes pude ouvir um carro de som dos apoiadores de Bolsonaro-presidente tentando inflamar seus seguidores, em Copacabana, afirmando que a Força Nacional é “bolivariana”, “não é o Exército”. Tenha paciência!
Ao som de olê, olê, olá Dilma, Dilma! Assim, a marcha caminhava.
Lula, que pediu à ONU para intervir no processo jurídico brasileiro, sofreu uma represália sem tamanho. Manchetes requentadas trataram de “revelar” uma suposta reforma na cozinha do sítio de Atibaia.
Além disso, um juiz suspeito de atrapalhar as investigações da Operação Zelotes, aceita o indiciamento de Lula por “supostamente” obstruir a Justiça. Mas Eduardo Cunha continua solto e Temer trabalha na surdina para impedir a sua cassação na Câmara dos Deputados.
A injustiça contra Lula só é admitida na imprensa estrangeira. Os meios de comunicação brasileiros escondem a opinião divergente. Não publica sequer as opiniões de uma senadora de direita como Kátia Abreu quando sai em defesa de Dilma. A agenda da presidenda afastada é solenemente ignorada. Só resta a ela e aos seus apoiadores a militância no ambiente virtual, mais conhecida como MAV.
A democracia brasileira corre riscos. É o que afirmam políticos, juristas e jornalistas nacionais e internacionais. Um tribunal internacional condenou o golpe parlamentar/jurídico/midiático no Brasil. Mas isso foi apenas um detalhe para o jornalismo empresarial brasileiro.
Os senadores têm até o dia 29 de agosto para decidir se Dilma fica, ou sai. A esperança de que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue o mérito desse impeachment é depositada em apenas um ministro, Marco Aurélio. O STF faz parte do golpe?
Mas o pior de tudo isso é o que ainda pode acontecer caso Temer vá até 2018 como presidente golpista.
Os direitos das minorias, a venda definitiva do pré-sal – já iniciada –, as reformas trabalhistas, o corte nos programas sociais não sobreviverão à sanha neoliberal que toma conta das elites e da imprensa oligopolizada.
As esquerdas brasileiras ainda não tomaram consciência dos riscos que correm junto com o futuro do país.
A direita conservadora, por sua vez, joga todas as cartas para impedir que Lula seja candidato em 2018, depois de se lambuzarem de todos os benefícios oferecidos pelos governos lulistas e dilmistas.
A traição de Temer, aliada à fome de poder dos tucanos, fará com que os brasileiros que elegeram Dilma engulam o programa derrotado.
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