21 de dez. de 2016

Fila na Farmácia de Alto Custo começa na madrugada e irrita população

Foto Joaquim Dantas/Arquivo

Pacientes e parentes reclamam que há poucos servidores na unidade e muita gente tem chegado às 3h para esperar a abertura do local
Pacientes e acompanhantes que contam com a medicação da Farmácia de Alto Custo precisam ter sorte e muita paciência. Desde que as duas unidades do Distrito Federal —  a da 102 Sul e a de Ceilândia — tiveram o horário de funcionamento reduzido em uma hora, os problemas no atendimento se multiplicaram. Para garantir a senha, as filas começam a se formar às 3h da madrugada. Ainda assim, com as frequentes faltas de produtos, muita gente sai sem os remédios.

Nesta quarta-feira (21/12), o Metrópoles esteve na Farmácia de Alto Custo da 102 Sul. Antes das 7h, a fila já subia as duas escadas laterais do local. A população reclamava que, além da redução no horário de funcionamento, há menos servidores do que o normal, pois há trabalhadores em férias, de recesso e de atestado médico.

A professora Adriana Angélica, 50 anos, chegou antes das 7h e não conseguiu a medicação da filha. É que a substância Somatropina (hormônio sintético do crescimento) acabou logo cedo, e uma nova leva só chegaria às 13h, de acordo com os funcionários da Farmácia. A própria população se organizou e entregou senhas para quando o medicamento estivesse disponível novamente.

Em novembro, também chegou e acabou. Tem dois meses que eu não consigo pegar a medicação da minha filha de 15 anos. Eles não mandam a demanda suficiente e toda vez é assim. Cada dose perdida equivale a sete dias de crescimento. Minha filha toma uma caixa e meia por dia. Prejudica muito o tratamento"

Adriana Angélica

Tratamento interrompido
O mesmo ocorreu com Ana Ruth Teixeira de Oliveira, 44 anos. O filho de 13 anos também precisa da Somatropina. O jovem precisa de uma caixa por dia, mas há dois meses a autônoma não consegue pegar a medicação.

“Ele não pode passar 15 dias sem tomar o remédio, mas é sempre assim. Acordei cedo e cheguei pouco depois das 7h aqui, porque dependo do transporte público. E tem outra: eles falam que atendem das 8h às 17h, mas quando percebem que tem muita gente, param de dar senha para poder sair no horário. Ou seja, tem vezes que por volta das 14h, 15h, já fecham tudo”, conta.

Ana Ruth diz que os pais se reuniram e fizeram um grupo no WhatsApp para trocar informações sobre a chegada da medicação, pois não existe previsão da Secretaria de Saúde.

fonte Portal Metrópolis

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