9 de jan. de 2017

Número de alunos que migraram da rede privada para pública dobra no DF

MICHAEL MELO/METRÓPOLES
No início de 2016, cerca de 6,1 mil estudantes trocaram colégios particulares por públicos. Este ano, são 12,7 mil
A crise econômica está forçando muitos pais a tirarem seus filhos da rede privada de ensino para estudarem nas escolas públicas. É o que mostram dados divulgados nesta segunda-feira (9/1) pela Secretaria de Educação. Neste começo de ano, 12.769 alunos farão essa mudança. No mesmo período de 2016, o número computado foi de 6.130.

Para o subsecretário de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação da Secretaria de Educação, Fábio Pereira de Souza, a alto do número não foi só por causa da crise. “Muitos pais informam aumento de mensalidades. Algumas escolas particulares têm fechado e houve ainda uma melhora na educação pública”, explica.

A avaliação é reforçada pelo presidente do Sindicato de Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe). “Entre 2005 e 2015, tivemos um crescimento no número de estudantes na rede privada. Mas, com o aprofundamento da crise econômica, houve aumento nas taxas de inadimplência, fechamento de escolas e a consequente migração dos alunos para o setor público nos últimos dois anos”, analisa Álvaro Moreira Domingues.

A expectativa para o próximo ano, porém, é de que a situação se inverta. “Caso as previsões de crescimento econômico e queda da inflação se concretizem, a tendência é de que os alunos retornem aos estabelecimentos particulares. Acredito nisso baseado em pesquisas que indicam que nove em cada 10 pais gostariam de colocar o filho em um colégio privado”, diz Domingues.

Além de diminuir os gastos, gostei muito das abordagens do colégio, com muitos projetos interdisciplinares, sem focar somente em aprovar o aluno"
Fernanda Soares Ribeiro, 16 anos, que trocou uma escola particular por uma pública no início de 2016 e aprovou a mudança

Colégios tradicionais fecham as portas
O DF tem 380 escolas pagas onde estudam 600 mil alunos. Em 2016, pelo menos três colégios tradicionais anunciaram o encerramento das atividades, entre eles, o Centro Educacional São Camilo, que funcionava na 914 Norte havia 35 anos.

O Colégio Imaculada Conceição, na 606 Sul, também anunciou o encerramento das atividades na capital, assim como o Centro Educacional Nossa Senhora do Rosário, fundado em 1959, na 908 Sul.

do Portal Metrópoles

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