30 de jan. de 2017

Policiais do DF retomam controle de blocos do PCC em Alcaçuz

ARQUIVO PESSOAL
Força-tarefa integrada por agentes do DF controlou a rebelião nos blocos dominados pelo PCC. Próximo passo será contra o Sindicato do Crime
Um grupo de elite da Polícia Civil do Distrito Federal especializado em intervenção prisional foi enviado ao Rio Grande do Norte (RN) para conter a rebelião no presídio de Alcaçuz. Os blocos 4 e 5, dominados pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), foram completamente retomados nesta segunda-feira (30/1). Na ação, iniciada na semana passada, houve a apreensão de centenas de armas de fogo, facas e telefones celulares. Ao todo, 460 presos ligados ao PCC precisaram ser isolados.

O Metrópoles teve acesso exclusivo às imagens feitas dentro da prisão, e as fotos são impressionantes. Os presidiários do PCC tinham à disposição um verdadeiro arsenal, utilizado na guerra contra a facção rival, o Sindicato do Crime do Rio Grande do Norte. No conflito, ao menos 26 detentos morreram entre os dias 14 e 15 de janeiro. Desde então, 56 internos fugiram e a unidade estava dominada pelo criminosos.

Com a retomada dos blocos 4 e 5, falta assumir o controle dos pavilhões 1, 2 e 3, onde o Sindicato do Crime continua circulando livremente. A ação deve ser o próximo passo da força-tarefa designada para atuar em Alcaçuz. Hoje, contêineres dividem o presídio em dois, isolando as facções rivais.

Na última quarta-feira (25/1), 15 homens do Distrito Federal foram enviados ao estado nordestino, depois que o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e a Secretaria de Segurança Pública potiguar pediram o apoio da Força Tarefa de Intervenção Prisional (FTIP). Um total de 78 agentes da FTIP, de todo o país, se deslocou para Alcaçuz.

A equipe se prepara desde 2005 para lidar com crises no sistema penitenciário brasileiro. O grupo ficará em Alcaçuz por 30 dias, até que a situação seja totalmente normalizada.

Prisão destruída
Quando fizeram a intervenção nos dois pavilhões, os policiais encontraram as celas e as áreas comuns em ruínas. Não havia a possibilidade de abrigar os presos em muitas das carceragens, que tiveram as grades arrancadas pelos presos.

Em um primeiro momento, controlamos os internos e colocamos todos nas celas que estavam em melhores condições. Em seguida, fizemos uma varredura minuciosa para apreender as armas"
Maiquel Mendes, agente policial de custódia do DF que integra a força-tarefa em Alcaçuz

Para evitar que as celas fossem usadas novamente, os presos fizeram buracos nas paredes e no teto, além de arrancar as grades. Com o planejamento de retomada da cadeia, uma empresa de engenharia foi contratada para fazer uma reforma às pressas nos dois pavilhões. “Fizemos a operação e, logo em seguida, as obras começaram. Nesta segunda-feira (30), todos os presos já estavam encarcerados”, explicou Mendes ao Metrópoles.

Blocos dominados
Apesar de os policiais do DF terem retomado o controle dos blocos 4 e 5, os pavilhões 1, 2 e 3 de Alcaçuz continuam dominados pela facção Sindicato do Crime de RN. Os presos permanecem fora das celas e circulando pelos pavilhões.

Os agentes do DF estão prontos para retomar os três blocos que ainda estão fora de controle. “No entanto, a decisão depende de uma ordem do governo estadual”, explicou o policial Maiquel Mendes.

Alcaçuz fica em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal. Com capacidade para 620 presos, a unidade possui atualmente 1.150 detentos.

do Portal Metrópoles

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