Foto: Murilo Silva/CAPOL |
Em sabatina, pré-candidato pelo PDT não poupou críticas e disse que quer disputar segundo turno com Bolsonaro pois ele teria "soluções muito toscas" e seria um candidato "despreparado", fácil de ser derrotado. Saiba mais
O pré-candidato à presidência da República, Ciro Gomes (PDT), estava, para variar, com a língua afiada em uma sabatina do SBT, UOL e Folha de S. Paulo realizada em São Paulo na manhã desta segunda-feira (21). O ex-governador do Ceará definiu a Reforma Trabalhista do governo Temer como “uma selvageria”, disse que o adversário Jair Bolsonaro (PSL) é “um fascista” e classificou como uma “maluquice” comentários dando conta de que sua primeira medida, caso eleito, seria conceder um indulto ao ex-presidente Lula.
Bolsonaro
Sobre Bolsonaro em específico, que é o segundo colocado nas pesquisas, Ciro não poupou críticas. “Fascista”, “ditador” e “despreparado” foram alguns dos “elogios” disparados contra o candidato. “Eu acho ele uma grave ameaça pelo extremismo. É uma pessoa que nunca administrou um boteco dos pequenos para saber do constrangimento orçamentário. Como todo fascista, ele tem muita dificuldade de lidar com o antagonismo, com a crítica. É a promessa certa de uma crise, de rupturas, sabe-se lá pra que caminho vai”, disparou o pedetista.
Provocado pelos jornalistas, Ciro admitiu que enfrentará resistências para colocar em prática o programa de governo. Foi a deixa para mais uma vez criticar o deputado federal fluminense. O ex-ministro disse que pretende buscar alianças no Congresso Nacional de forma democrática. “Quem tem o projeto de ditador é o Bolsonaro”.
Ciro também criticou duramente as propostas apresentadas por Bolsonaro para Segurança Pública, principal bandeira política do adversário. “Ele tem soluções muito toscas. Eu gostaria muito de enfrentá-lo no segundo turno porque parece o candidato menos difícil de ser derrotado. Pela inexperiência, pelo despreparo, porque não conhece o Brasil. Quando um camarada promete distribuir armas, ele está propondo um banho de sangue”.
Indulto ao ex-presidente Lula
Ciro descartou qualquer discussão sobre o indulto ao ex-presidente Lula, boato que correu o colunismo político da mídia tradicional nos últimos dias. “Isso é uma maluquice completa na medida que a estratégia de defesa do presidente Lula, corretamente a meu juízo, é recorrer. Ele ainda tem dois tribunais superiores que podem rever essa sentença de condenação e podem confirmar a inocência que ele alega, comovidamente, possuir”, comentou o ex-governador. Com bom humor ele admitiu o “inglês ruim” e o “erro” ao usar palavrões na palestra realizada na Suécia e que viralizou nas redes sociais. “Foi um erro que cometi e não cometerei de novo”.
Lava Jato e Sérgio Moro
Embora tenha ponderado sobre bons resultados de ações da Lava Jato, sobretudo com as prisões do ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o ex-governador não deixou de alfinetar o juiz Sergio Moro e o recente episódio da foto tirada com João Dória.
“Não é bom para o país que um juiz saia da severidade dos autos, do equilíbrio, do distanciamento crítico que ele precisa manter das diversas paixões da vida real. Todo dia o juiz Sergio Moro está com a gravatinha borboleta em alguma homenagem. Não sei que horas ele dá expediente. Não sei que horas ele escreve as sentenças. Quase sempre confraternizando de forma constrangedora com o PSDB”, disse. “Há um desequilíbrio com relação aos quadros do PSDB. São fartas as indicações de culpabilidade de milhões de dólares na conta de filiados do PSDB em contas na Suíça. Não tem nem um sequer preso”, completou.
O pré-candidato, no entanto, não descartou uma aliança com os tucanos mas ponderou que, caso isso venha a acontecer, será apenas depois das eleições, se eleito. “É completamente desparatoso imaginar uma aliança minha com o PSDB. Tudo o que eu não quero é tudo aquilo que o PSDB acabou de fazer com o PMDB, um golpe de estado que precipita uma agenda antinacional, anti-povo, anti-pobre. São 13 milhões desempregados. São 37 milhões trabalhando sem carteira assinada. Violência generalizada e soluções das mais malucas que nós vimos ser encaminhadas no Brasil”.
Reforma trabalhista
Sobre a Refoma Trabalhista, Ciro novamente usou de adjetivos contundentes na retórica contra o projeto aprovado pelo governo de Michel Temer. “É uma selvageria que entre outras coisas permite que um patrão descuidado aloque uma senhora prenha e bote num ambiente insalubre. É simplesmente uma selvageria do século 18 que não cabe no mundo moderno. E outra coisa grave foi o contrato intermitente que destruiu de imediato 318 mil postos de trabalho no Brasil deixando quase meio milhão de brasileiros sem carteira assinada. O que esses loucos estão fazendo? Destruindo a economia do povo. Destruindo pequenas e médias empresas, Como você imagina fazer uma reforma previdenciária com mais de 60 milhões de pessoas na informalidade?”, questionou.
Jornalista
Durante a entrevista, Ciro disparou também contra o jornalista Fernando Canzian, da Folha de S. Paulo, que apontou como necessária a política de teto de gastos do governo Michel Temer. “Você está intoxicado pela propaganda do mercado”, disse o candidato.
Por Redação da Revista Fórum
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