O corte nas bolsas de mestrado, doutorado e de iniciação científica previstas pela Capes em 2019 (veja aqui), além do desemprego imediato de 95 mil estudantes e pesquisadores bolsistas, deve criar uma baixa do número de postos de trabalho no Brasil ainda maior a médio e longo prazo.
Foto: Reprodução / INNT |
De acordo com o conselheiro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Nelson Pretto, o corte resultaria em um retrocesso na produção científica do país com efeitos práticos na indústria e na geração de empregos. “Desaquecer a produção de ciência no Brasil é criar um vício na importação de tecnologia e consequente perda de mercado para a indústria brasileira”, descreveu o professor.
Em ofício enviado ao Ministério da Educação nesta terça-feira (1°), a Capes declarou que não teria como arcar com mais de 240 mil benefícios pagos para professores e estudantes após um teto proposto para o orçamento da instituição em 2019. Na defesa do investimento, Pretto cita projetos de pesquisa que contribuem para o desenvolvimento social no Brasil. Na Bahia, por exemplo, o semiárido deve ganhar nos próximos anos um centro de pesquisa contra a seca em Canudos. O projeto envolveria também pesquisadores das universidades estaduais da região que contam com a bolsa da Capes para se sustentar.
Ainda na avaliação de Pretto, a criação do limite para o orçamento da Capes faz parte de uma política de privatizações propostas pelo atual governo. “O que vemos na ciência é o que tem sido praticado em outros setores do mercado. Iniciativas como a privatização da Petrobras e Eletrobras fazem parte desse movimento de entregar o Brasil para os interesses do mercado internacional”, opinou o cientista.
fonte Bahia Notícias
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