"A balbúrdia está feita, anote aí a receita:
Exclua a Filosofia,
a Sociologia,
as Ciências Humanas e Sociais
Diga que a História mente;
Exalte quem torturou e assassinou,
Ponha culpa na 'estrela',
Nos sindicatos,
Nos vagabundos da 'leirruanê'
Tranque as universidades,
Massacre os negros, os pobres, os gays...
Derrame sangue nas periferias.
Acrescente misoginia, machismo,
Declare guerra aos direitos humanos...
Arme a população!
Incentive o turismo sexual.
Homogênea e demasiadamente
Misture religião e política.
Ameace! Use a internet para desdizer e dizer mentiras.
Seja despreparado! Excludente! Violento...
Mas corra de entrevistas e debates e jornalistas.
Bote à margem feministas, ativistas.
Retire direitos já adquiridos.
Mate um professor em sala de aula e
Não aposente ninguém.
Deguste as botas de quem te quer como lacaio,
Se prostitua na cena internacional
E se auto-intitule um 'mi(n)to':
O novo velho cidadão de bem.
Aliás, passe vergonha!
Venda a pasta e as lutas ambientais
Aos ruralistas financiadores de campanha,
Invada terras indígenas e desaproprie qilombos.
Aliene...
Governe, ou melhor, desgoverne sem apoio popular.
(...)
Quer mais?
São pouco mais de cento e poucos dias
E o que foi feito?
Desmedidas! Mentiras!
Como diria Chico:
'eles pensam que a maré vai mas nunca volta...'
- Deixe-nos quietos, remoendo nossas lutas
Marinando, no sangue, os embates da nossa classe.
Deixem pensar que estamos enfraquecidos, encurralados,
Porque qua do a bomba estourar
E a nossa força estiver recomposta
Com ou sem alarde,
Estaremos levantando a REVOLUÇÃO.
E aí, meu amigo, se prepare
Porque eu quero é ver se você, machão, aguenta o rojão?!"
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