18 de set. de 2019

A CAVERNA DOS ARREPENDIDOS

Sobre Felipe Neto, Patrícia Lelis e outros

Na narrativa alegórica do Mito da Caverna, o filósofo grego Platão fala sobre a possibilidade de busca do conhecimento da verdade como sair da escuridão e encontrar a luz da realidade.

A possibilidade de mudar uma opinião e rever conceitos é um sinal claro de evolução humana. É a saída da caverna, das sombras e do acesso à claridade do conhecimento.

E é pensando no mito da caverna que quero colocar aqui uma reflexão sobre os “arrependidos”. Aqueles que, por falta de conhecimento verdadeiro, apoiaram o golpe político-midiático-judiciário que destituiu a Presidenta eleita Dilma Rousseff.

Com exceção dos atores do golpe, que sempre souberam que estavam ativamente praticando um crime golpista, como as Janainas, Temers, Cunhas, Globos, judiciários etc...muitos cidadãos brasileiros, com notoriedade pública ou não,  se deixaram levar por notícias falsas, credulidade na imprensa e na classe política para replicar e treplicar que a Presidenta Dilma tinha motivos para ser impeachmada e que as provas contra o Presidente Lula existiam.

Anos depois, muitos desses apoiadores do golpe, perceberam que a realidade é outra. Provas vieram à tona, através da #vazajato e de outras fontes e até mesmo da confissão de atores do golpe.

A questão é: devemos aceitar o arrependimento dos que conseguiram sair da caverna do obscurantismo e agora querem trabalhar contra os efeitos do golpe?

Na minha opinião, sim!

Sim, porque se não conseguirmos mudar a opinião dos que elegeram o atual governo golpista, que chegou ao poder com o voto de 58 milhões de eleitores, não vamos conseguir evitar que outro golpista chegue ao poder nas próximas eleições.

Para reverter o quadro atual, precisamos tirar da caverna o máximo possível destes 58 milhões de eleitores e que eles se repliquem em outros milhões de “iluminadores de conhecimento” das próximas gerações de eleitores que esse país vai ter.

Se nos isolarmos num exterior iluminado, sem permitir e sem trabalhar que todos tenham acesso ao conhecimento verdadeiro estaremos apenas falando entre nós mesmos, sem provocar uma mudança na sociedade e no governo.

Se aceitamos o arrependimento da Patrícia Lelis, ex-namorada do Bolsonarinho, também podemos aceitar o arrependimento do Felipe Neto.

E também o arrependimento do seu primo, da caixa do supermercado e do funcionário dos Correios.

Afinal, queremos ou não queremos aumentar o número de cidadãos com consciência social e avessos aos fascismo?

Valeska Falci

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