27 de jun. de 2020

Em 2022 eu preciso ter bala na agulha para a minha reeleição, kkk!

Minha turma recebeu os caras da Taurus, os caras da CZ, os caras da Glock, que minha família adora, pelo menos 73 vezes e mais uma carrada aí

Por José Roberto Torero

Diário, hoje eu não vou falar que o Docatelli, novo ministro da Educação, já foi pego na mentira. É que a Universidade de Rosário disse que ele não concluiu o doutorado. O Docatelli até já apagou o título de doutor do currículo Lattes dele na internet. Ele é que nem a Damares, que disse que era doutora, mas era doutora na igreja, e que nem o Ricardo Salles, que disse que estudou numa tal de Yale, mas nunca botou o mocassim lá. Bem-vindo ao time, Docatelli!

Também não vou falar que inaugurei a Transposição do Rio São Francisco. Quer dizer, na verdade foi só um pedaço. O Lula que começou o negócio. E a Dilma e o Temer continuaram. Mas e daí? O que importa é que a placa tá com meu nome.

E muito menos vou falar que descobriram que o general Pazzuelo, o ministro-interino-que-vai-ficar-para-sempre-porque-médico-é-cheio-de-mimimi, mandou um soldado puxar carroça como castigo, quando era tenente-coronel. Teve até um processo contra ele, mas a procuradora-geral Maria Ester Henriques Tavares fez piada com a coisa, dizendo que o Pazzuelo gostava muito de cavalo, então não era constrangimento. Isso sim é que é humor, pô! Muito melhor que esses comuno-humoristas, tipo Verissimo, Gregório Duvivier e Antonio Prata.

Não, não vou falar desses assuntos. Vou falar é que o Ivan Valente, um psolistinha aí, pediu um levantamento oficial sobre os encontros que o meu governo teve com o pessoal da indústria de armas. E descobriu que foram pelo menos 73. Daí o Estadão publicou uma reportagem sobre isso.

O jornal comunoquatrocentão contou que minha turma recebeu os caras da Taurus, os caras da CZ, os caras da Glock, que minha família adora, e mais uma carrada aí. E que eu já publiquei 8 decretos e 6 portarias sobre o assunto.

Mas e daí?

Por mim, eu resumia esse negócio de armas numa lei só. Parágrafo único: “Tá tudo liberado!”

E por quê, por quê?

Porque em 2022 eu preciso ter bala na agulha para a minha reeleição, kkk!

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PS: Quinta-feira, no Rio de Janeiro, um menino de 11 anos foi morto por outro menor, que disparou uma arma sem querer. Mas por que eu escrevi isso aqui, Diário? Ah, sei lá!


da RBA

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