- Chega!
- Cala a boca, porra!
- Sai daí!
Respondo-te com teu linguajar chulo e autoritário, que não é o meu. Assim tu compreenderás,com teus simplórios atributos intelectuais, o que quero dizer.
Exigimos respeito, como médicos e profissionais de saúde. Não mentimos ou desprezamos fatos, nem temos tua boca suja a cuspir palavrões, insanidades e acusações levianas. Respeitamos, ao contrário de ti, os 40.000 mortos e seus familiares.
Tu és ingrato. Nenhuma palavra de agradecimento ou apoio aos que labutam bravamente contra essa doença. Tu és covarde.
Escuda-se atrás de militares de alta patente para esconder tua inépcia e incapacidade gerencial.
Teu passado é sombrio, tenente cínico. Foste enxotado da caserna por trair os regulamentos militares.
Deputado medíocre. Nunca defendeu algo nobre. Apologista da tortura, prestarás conta dos teus atos.
Desce dos helicópteros em que te penduras e macaqueia pelos céus. Desce do cavalo de narinas dilatadas em que tu, sacudido como um esqueleto sem máscara, avança para teu triunfo, o triunfo da morte.
Vem governar, estúpido! Não tememos tuas ameaças e milícias. Venham aos hospitais públicos.
Encontrarão cansaço, faces marcadas pelas máscaras do trabalho, mãos limpas, amor e dedicação a profissão. Encontrarão doentes se recuperando, alguns ainda próximos da morte, corpos no necrotério e lágrimas dos familiares.
Documentarão familiares agradecidos ao trabalho de profissionais e gestores sérios que lutaram pela vida e contra a morte.
Beócio, tudo isso te causa ira, inveja e despeito e corrói tuas pútridas entranhas.
Teu ocaso deixará alívio e não saudade. Se calados ficarmos, teu desgoverno deixará um rastro de miséria com uma legião de desempregados e subempregados, devastará o meio ambiente, aniquilará minorias, fortalecerá o obscurantismo, destruirá a cultura, a ciência e o pensamento, infligindo a nós, povo brasileiro, os piores vexames perante a comunidade internacional. Tu não passas de um soldado bisonho marchando em círculos, acompanhado de um pelotão de coveiros, a administrar cemitérios lotados e negar os fatos.
Sérgio Pessoa - Médico e Cidadão Brasileiro.
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