Em Salvador, mais de 4 mil baianas vendem acarajé nas ruas. O quitute, feito de feijão fradinho e frito no azeite de dendê, é produto tradicional do estado – mas um empreendedor está levando a outros estados, sem perder a origem baiana.
Ubiratan Sales foi gerente comercial de uma empresa de alimentos durante oito anos. Como viajava muito, ele recebia o tempo todo encomendas de amigos pedindo o acarajé. Mas era difícil armazená-lo para transportar.
“A partir daí eu tomei a decisão de desenvolver um produto que realmente pudesse chegar em qualquer lugar, em qualquer hora”, diz ele.
O empresário levou oito meses para testar e desenvolver o acarajé congelado. Um investimento de R$ 80 mil em equipamentos de cozinha, matéria prima e embalagem. Ubiratan buscou um produto que, mesmo congelado, tivesse o sabor e a crocância do acarajé fresco. O segredo está na temperatura do processo de produção.
A baixa temperatura é para interromper o processo de fermentação do feijão, o que dá qualidade ao produto final como sua crocância, sabor e cheiro. Para fazer o acarajé, o feijão moído é temperado e vira uma massa. Com duas colheres, a chefe de cozinha faz o bolinho e frita no azeite.
“O feijão tem que ser de qualidade e ele não afundar quando colocar no tacho”, diz chefe de cozinha Tânia Santos.
O acarajé é congelado em formas e embalado. Vai junto um saquinho de vatapá, um de camarão e outro de pimenta. A origem do produto é estampada na caixa, como uma marca reconhecida em todo o país. Para comer, é só pôr no forno por dez minutos e acrescentar os ingredientes.
A empresa produz 35 mil acarajés por mês, e vende para restaurantes, bares, hotéis e consumidor final, em 11 estados diferentes. O acarajé é enviado por avião, em caixas de isopor. A caixa com nove unidades custa R$ 15 e, com 35, sai por R$ 55. Novos pedidos do acarajé congelado surgem a cada dia e as vendas crescem 50 % ao ano. O empresário já faz contatos com grandes redes varejistas e está ampliando a fábrica para aumentar a produção.
As expectativas de Ubiratan são altas: vender 300 mil acarajés congelados por mês em dois anos. Para isso, ele conta com um marketing consagrado: para o empresário, o acarajé da Bahia é uma marca mundialmente famosa.
“Nós estamos enquadrando o nosso produto pra exportação porque o acarajé não só o baiano ou brasileiro gosta, nós temos muito turista que querem levar para fora e nós temos o mercado dos Estados Unidos, Alemanha, França, Portugal que seria nosso objetivo atender”, diz.
Fonte: G1.com
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