GREGÓRIO BEZERRA: HERÓI DO POVO BRASILEIRO
Gregório Bezerra preso em quartel de Pernambuco |
Político, militante comunista e ex-sargento do Exército, Gregório Bezerra nasceu no Sítio Mocós, em Panelas de Miranda, a 13/03/1900, filho de agricultores. Nunca freqüentou uma escola e, aos oito anos de idade, começou trabalhar no campo.
Em 1917, era ajudante de pedreiro, no Recife, quando participa, a 06 de agosto, de uma passeata por melhores salários e em solidariedade ao movimento bolchevique na União Soviética e é preso, julgado e condenado a sete anos de prisão.
Em 1922, é submetido a novo julgamento e ganha a liberdade. Para conseguir emprego, precisa do certificado do serviço militar e decide ingressar no Exército, no Recife; em 1923, é transferido para o Rio de Janeiro, onde completa o serviço militar. Em 1925, decide se alfabetizar, para fazer o curso de Sargento de Infantaria, o que consegue em 1927. Já segundo-sargento, é designado Instrutor da Companhia de Metralhadoras Pesadas na Vila Militar e, também, Instrutor de Esportes, no Rio de Janeiro. Em seguida, pede transferência para a Sétima Região Militar, no Recife, onde passa a morar com os irmãos. Em janeiro de 1930, filia-se ao Partido Comunista Brasileiro -PCB (contactado pelo gráfico Pascoal Fonseca) e passa a "organizar a massa militar na caserna".
Em 1935 era um dos líderes do movimento armado Aliança Nacional Libertadora (ANL), é baleado na coxa, em João Pessoa, PB, conduzido para o Recife e torturado. Fica três anos preso no Recife quando é divulgada sua condenação pelo Tribunal de segurança Nacional: 28 anos de prisão. É transferido para a ilha de Fernando de Noronha e quando esta é transformada em base militar, em 1942, é levado para o presídio da Ilha Grande, no Rio de Janeiro; depois, para o presídio Frei caneca, onde ficou numa mesma cela com Luiz Carlos Prestes. Em abril de 1945, é anistiado, retorna a Pernambuco e, a 02/12/1945, elege-se deputado federal pelo PCB, sendo o segundo mais votado de Pernambuco.
A 08/01/1946, depois que o PCB é posto na ilegalidade, tem o mandato de deputado cassado. Logo em seguida, um incêndio no 15º Regimento de Infantaria do Exército em João Pessoa (PB) é atribuído aos comunistas e Gregório é preso no Rio de Janeiro, conduzido a um presídio na Paraíba, onde permaneceu 91 dias, e levado para o recife, onde ficou mais dois anos na prisão. Vem um novo julgamento, é libertado e passa a percorrer várias regiões brasileiras pregando a reforma agrária e organizando sindicatos de trabalhadores rurais. Em 1963, participa da organização de uma greve de 200 mil trabalhadores da zona canavieira de Pernambuco. Em 1964 (primeiro de abril), quando o governador de Pernambuco, Miguel Arraes, é deposto e preso, sai em busca de armas para os camponeses na tentativa de enfrentar o golpe, mas não vai muito longe: é preso na Usina Pedrosa, no município de Ribeirão, PE. Conduzido para o Recife, é torturado em praça pública, chegando a ser puxado pelas ruas do bairro de casa Forte, com uma corda amarrada ao pescoço.
Em 1969, foi libertado, em troca do embaixador dos USA, Charles B. Elbrick, que havia sido sequestrado pela resistência à ditadura militar, e segue, primeiro, para o México; depois, para a União Soviética, onde viveu durante dez anos.
Em 1979, beneficiado pela anistia, retorna ao Brasil. Deixa o Comitê Central do PCB, por divergências internas, e, em 1982, é candidato a deputado federal pelo PMDB/PE, obtendo apenas uma suplência. Morre, em São Paulo-SP, a 23 de outubro de 1983. Narrou sua trajetória política no livro Memórias, 2 volumes, publicado em 1979.
Fonte:http://www.pe-az.com.br/
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