Albino Oliveira Museólogo da Fundação Joaquim Nabuco Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro desde 2007, o Tambor de Crioula é uma forma de expressão de matriz afro-brasileira que envolve dança circular, canto e percussão de tambores. Seu local de origem e ocorrência é o estado do Maranhão, região Nordeste do Brasil, existindo grupos em municípios do litoral e do interior. Trazido para o Brasil entre os séculos XVIII e XIX por escravos de diversas regiões da África, o Tambor de Crioula é uma forma de divertimento ou de pagamento de promessa a São Benedito (santo negro) e também a outros santos vinculados ao catolicismo tradicional, bem como a entidades cultuadas nos terreiros. Os grupos de Tambor de Crioula são formados pelas coreiras, nome dado às dançarinas, pelos tocadores e pelos cantadores, conduzidos pelo ritmo ininterrupto dos tambores e pela influência do canto, culminando na punga ou umbigada. A punga ou umbigada, parte principal da dança, é um movimento coreográfico no qual as coreiras, num gesto entendido como de saudação e convite, tocam o ventre uma das outras. Muito embora se aproxime de outras danças de umbigada existentes na África e no Brasil, somente no estado do Maranhão ela é conhecida por Tambor de Crioula. Não existe uma época fixa para os festejos do Tambor de Crioula, mas pode-se observar maior ocorrência no período do carnaval e durante as manifestações de bumba-boi, no final do mês de agosto. O Tambor de Crioula apresenta-se com três tambores, tocados com as mãos, por homens que se posicionam junto a um grupo de cantadores. Os integrantes se organizam em roda e a dança é executada pelas mulheres, cada uma entrando a seu tempo na roda para desenvolver a coreografia, que tem como ponto alto a punga. |
29 de mar. de 2012
TAMBOR DE CRIOULA
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