15 de set. de 2012

Série: Religiões - Jerrahi, Soka Gakkai e STB

De Brasília
Joaquim Dantas
Isabel Sanchez
Do Blog do Arretadinho


O Blog do Arretadinho está divulgando uma série de postagens sobre religiões. O objetivo é retratar a diversidade religiosa em nosso país de maneira respeitosa e imparcial, não temos a intenção de afirmar ou mesmo sugerir que existe "certo" e "errado" quando se fala de religião, desmistificando a máxima criada pela ditadura militar que "Política, Religião e Futebol não se discute," pensamos exatamente o contrário: Só na diversidade de opiniões é que ocorre o verdadeiro crescimento intelectual. Publicamos agora quem são a Ordem Jerrahi do Brasil, Soka Gakkai e Sociedade Teosófica do Brasl.
Bom proveito.

Série: Religiões - Ordem Jerrahi do Brasil
Um homem rezando o "tasbi", colar de contas
muçulmano, que equivale ao rosário cristão

Na busca da união do exterior e interior, os dervixes buscam, no sufismo, o caminho do amor por meio de práticas místicas, sintonizando corpo e coração ao lembrar de Deus

por Laila Ayoub

O caminho místico encontrado por alguns muçulmanos para aproximar a realidade interior daquela pregada pela shariah, o conjunto das leis islâmicas: essa seria uma possível primeira e sintética explicação do sufismo. Mas o sufismo não se propõe a ser explicado, senão vivido. E é com o intuito de experenciá-lo que o dervixe, nome dado ao iniciado praticante, vale-se da orientação de um mestre, pertencente a uma ordem. Existem pelo menos 800 ordens sufis, hoje, no mundo. Há cerca de 300 anos, eram mais de três mil, segundo o sheikh Ismail Çimen, da Ordem Halveti Jerrahi.

Fundada pelo Pir Nureddin al-Jerrahi, no século XVII, em Istambul, essa ordem possui seguidores em países como os EUA, Chile e Argentina. Já no Brasil, o sufismo é pouco conhecido e praticado. A ordem Jerrahi conta hoje, em São Paulo, com duas tekkés, isto é, espaços para o culto.
Uma delas, em Cotia, onde o sheikh Ismail Çimen reúne um grupo de seis dervixes. Nascido em Istambul, na Turquia, o sheikh mora no Brasil há 11 anos, mas recebeu a autorização para ser mestre há dois anos e meio. Músico, o sheikh Çimen toca ney, a flauta de junco da música sufi, e o alaúde oriental, um instrumento de cordas também utilizado nas cerimônias.
Ao contrário do que se possa pensar, não são apenas árabes, turcos ou nascidos em famílias muçulmanas os que abraçam o sufismo. O próprio sheikh Muhammad Ragip, da tekké da Penha, em São Paulo, é um exemplo de ingresso no Islã a partir do sufismo. Apresentado à religião na Turquia, sheikh Ragip é quem conduz as reuniões semanais às quintas-feiras e domingos. Quanto ao número de freqüentadores, sheikh Ragip afirma ter conhecido desde ordens com três pessoas até milhares. Em São Paulo há também, por exemplo, a ordem Chazulya Iachrotia, que se reúne em São Bernardo do Campo e conta com, pelo menos, 350 pessoas.
Zikr: lembrar de Deus em todos os momentos
Nas paredes da tekké da tarika Halveti Jerrahi, na Penha, pode-se ler, em quadros versículos, do Alcorão e hadiths (dizeres do profeta Mohamed) em árabe. Há ainda fotos de peregrinos em Meca e dervixes dançarinos na Turquia. No encontro, que começou com seis pessoas num final de tarde de quinta-feira, ocorreu primeiro a salat (reza). Repetições de versículos do Alcorão e genuflexões, tudo conforme as normas seguidas por todos os muçulmanos, sufis ou não. A diferença, contudo, é o intuito: a busca interior de um caminho de amor. “O muçulmano, quando faz a oração, faz porque Deus mandou fazer.
Os sufis o fazem com certa sabedoria e consciência”, argumenta o sheikh Çimen. Após a oração, acontece o zikr. O termo, que significa lembrança, rememoração, designa a parte da cerimônia na qual, através da repetição dos atributos e nomes divinos de Alá, presentes no Alcorão, ele é lembrado, invocado. Também são entoados seguidamente “La ilaha ill-Allah”, que significa “Não há divindade a não ser A Divindade” e hinos religiosos. O grupo, no zikr, é dividido em três: o mestre, que administra o grupo; os dervixes e os músicos.
Esses dividem-se entre os que tocam os instrumentos de sopro, como a ney, os que tocam os de percussão, como o kanun e o bandir, e os que cantam. A música é tida como fundamental para os sufis. “Ela é entendida como um instrumento para alimentar o amor na prática”, diz o sheikh Çimen. São vários os rituais possíveis na cerimônia dervixe. A Ordem Mehlevi, por exemplo, fundada por Rumi, tem a conhecida samma, na qual são feitos movimentos circulares com uma mão para cima e uma para baixo, que representa o dervixe sendo o instrumento de Deus, recebendo sua benção e transmitindo-a para esse mundo.
A base da movimentação é para ensinar o corpo a sintonizar-se ao coração. No zikr da tekké da Penha, os dervixes, com instrumentos ou apenas cantando, são orientados pelo mestre, que puxa o coro e os movimentos com a cabeça, ora circulares ora de um lado para o outro. Há dois círculos separados, um de homens e um de mulheres que, depois do zikr, saboreiam um simples e leve jantar – uma sopa de legumes, esse dia. Logo em seguida há outra reza e, finalmente, novo zikr, dessa vez acompanhado por um instrumento percussivo e a ney.

O sufismo

Há várias hipóteses quanto à etimologia da palavra sufi. O termo suf (lã, em árabe), pode ser uma das origens, aludindo aos mantos de lã que vestiam os primeiros sufis. O sheik Çimen, contudo, refuta a justificativa do traje e defende duas outras possibilidades. A primeira, relacionada à expressão ahl al-suffah (“os do sofá”), que designa um grupo de companheiros do profeta que ficavam em sofás, apartados na mesquita de Medina, dedicados à devoção. A segunda, remete à raiz verbal árabe safá, que significa purificar-se, e remete ao entendimento do sufismo como um caminho de pureza.
A submissão do ego guiada pelo mestre
Existe uma hadith que diz que “Aquele que conhece a si mesmo conhece ao seu senhor”. O “a si mesmo” da frase, explica o sheikh Ismail Çimen, remete ao seu ego e os perigos que ele pode representar se não for educado. Assim como Islã quer dizer submissão, o sufismo busca a correção do ego para que este seja um instrumento de satisfação e ligação com o divino, acrescenta o religioso. Para os sufis, a vida do ser humano se resume a uma luta entre o caos e a harmonia, o múltiplo e o único, o egoísmo e o amor.
Para ajudar a disciplinar o ego, o dervixe conta com a ajuda do mestre da ordem, o sheikh (nome que significa, na etimologia, ancião). O sheikh é um vetor orientado na direção de Deus, que precisa estar em conexão com Ele e receber certa forma de inspiração. Além disso, é imprescindível o contato com o fundador de sua escola e o estudo por vários anos nela, além de passar por um teste. O teste de iniciação também existe para o dervixe. Não se trata, entretanto, de regras pré-definidas, mas do envio de um sinal que será interpretado pelo mestre.
Pode até ser um sonho, de maneira que o dervixe deve contar todos os seus para seu mestre. O murshid (termo que significa guia para o bom caminho) identifica a capacidade que a pessoa tem de amar e o aspirante a dervixe, de sentir-se confortável com o grupo. Existe, contudo, a possibilidade de uma pessoa não ser iniciada e até de o murshid receber a recomendação de não iniciá-la. Nem todo murshid é um pir, mas todo pir é um murshid.
Pir é o fundador de uma ordem (ou tariqa), aquele a quem o sufismo atribui o ápice do desenvolvimento espiritual no caminho do homem perfeito. O pir atingiu tamanho grau de fusão com o Criador que conseguiu chegar ao êxtase, um estado de consciência ampliada. É o que os sufis chamam de “morrer antes de morrer” para, assim, poder voltar e cumprir a missão de guiar as pessoas pelos estágios de ampliação da consciência.

História e clandestinidade

Os sheiks acreditam que, embora não se apresentasse ainda com esse nome, o sufismo existe desde o profeta Mohamed, que foi o primeiro mestre, assim como foram sufis os quatro califas que o seguiram. Contudo, argumenta-se que as ordens começaram a se mostrar como uma reação ao afastamento da mensagem original do Islã, frente à corrupção que se estendia entre as classes dirigentes. Ordens famosas, como a dos dervixes Mehlevi e sua dança cósmica circular, foram extintas.
Segundo o sheikh Çimen, os Mehlevi, assim como todas as ordens na Turquia, foram proibidos de fazerem seus cultos, quando Kemal Atatürk proclamou a república em 1923. Atatürk baseava a proibição no argumento do ingresso na modernidade. Até 1960, portanto, as ordens existiram secretamente e só sobreviveram as que não necessitassem da música em seu cerimonial em volumes muito audíveis. Devido às alterações do ritual de algumas, os sufis alegam que houve a perda do baraka, isto é, o vínculo espiritual que se estabelece a partir do momento que se pratica, que protege e conduz o fiel. Hoje, contudo, o samma é tido até como dança folclórica, apresentada aos turistas, embora sem o baraka.

Orientalismo sem baraka, um equívoco

O sufismo nunca foi possível sem o Islã. O sheikh Muhammad Ragip explica que essa distorção é fruto da onda orientalista de meados do século 20 e de iniciados que vieram para a América difundir o cerimonial, sem mencionar ou exigir o Islã como base. Os mestres religiosos argumentam, entretanto, que todos os pensadores sufis foram muçulmanos.
Além disso, “toda a ordem sufi tem uma silsila, espécie de mapeamento das iniciações que remontam sempre ao profeta”, lembra o sheikh Ragip. Segundo ele, silsila também identificaria a manutenção do baraka ao longo dos anos. “A prática espiritual sem baraka é nada”. E completa: “Pode até desenvolver concentração e disciplina, mas isso é psicológico e não espiritual”.

O que se pode expressar com palavras não é sufismo

Os sufis desejam uma plena conexão com Deus e, para isso, não acreditam no racional para explicar tudo. Ser sufi é acreditar não apenas no que se vê, mas buscar o contato com o transcendente e metafísico. E para atingi-lo, não é suficiente apenas ler os principais poetas sufis, como Rumi e Attar, donos de célebres obras como “Fihi ma fihi
– O livro do interior” e “Linguagem dos Pássaros”, respectivamente, ou ainda de Omar Khayam, Sa’adi, ‘Attar e Hafiz. A prática é essencial. Sheikh Çimen sintetiza a partir de uma metáfora: “A água não tem um gosto que dê para explicar, o vento não tem cor. Não dá para explicar o amor. O sufismo não é um caminho de informação, mas de experiência”.

Por Pime

Série: Religiões - Soka Gakkai


O claro clamor aos jovens é para que se realize uma verdadeira revolução
– a revolução interior – uma revolução na qual todos participem, 
que se faça dentro da paz e que mude o próprio indivíduo.
(Daisaku Ikeda)

Valorizar cada vida de forma a promover o desenvolvimento humano em prol da construção de uma cultura de paz. Este é o objetivo primordial da Associação Brasil SGI (BSGI), desde a sua fundação. Para tanto, busca contribuir com ações conscientes que promovam o potencial humano, proporcionando a plenitude de cada indivíduo e abolindo qualquer tipo de discriminação.
Constituída em 1960, por Daisaku Ikeda, a entidade é a representante da organização não governamental Soka Gakkai Internacional – SGI, em terras brasileiras. Com base em sua missão vêm promovendo exposições, intercâmbios com universidades e museus entre outras atividades nas áreas da educação e da cultura.
O objetivo institucional da SGI é a difusão da filosofia humanística de Nitiren Daishonin, cuja diretriz básica é a felicidade de toda a humanidade. Por meio da construção de uma cultura de paz, promove atividades visando à criação de valores humanos conscientes da importância de contribuírem, como uma missão pessoal, para o bem-estar das pessoas, atividades essas que são expressões concretas das diretrizes da SGI e da filosofia humanista de Nitiren.

Missão
Contribuir para a construção de uma sociedade pacífica baseada no Humanismo, por meio da promoção de ações conscientes que desenvolvam o potencial inerente de todo ser humano.

Visão
Legar às futuras gerações princípios de desenvolvimento humano sustentável, tendo como base os ideais humanísticos da Cultura de Paz.
Valores

Acreditamos que dignidade da vida é a consolidação de uma paz duradoura conquistada por meio da felicidade plena. A partir disso, determinamos os nossos valores enquanto entidade promotora da Cultura de Paz:
Dignidade da vida & Transformação interior
Responsabilidade socioambiental
Valorização da Educação & Cultura
Cidadania & Sustentabilidade
Interdependência da pessoa e seu meio

Articulação e mobilização

Compreende que seu papel é também o de articuladora entre a sociedade e as instituições acadêmicas. Dentre as ações já empreendidas, destacam-se parcerias entre a Universidade Soka, do Japão, e instituições educacionais do país, com o objetivo de estimular o intercâmbio acadêmico entre os alunos; realizou ainda doações de livros a universidades brasileiras, encontros de reitores e acadêmicos. Outra vertente deste papel são as ações para o desenvolvimento de projetos de educação ambiental em seu Centro de Projetos e Estudos Ambientais do Amazonas – CEPEAM voltadas para a preservação do meio ambiente. Mais recentemente, foi instituída a Cátedra Daisaku Ikeda, pelo Centro Universitário de Goiás – Uni-Anhanguera, um importante marco na busca pela promoção de estudos e reflexões acerca da paz, ecologia, educação, cultura e Direitos Humanos em escala mundial.
Grande parte do esforço da SGI está focado na educação. Por meio do projeto Ação Educativa Makiguti, busca a melhoria do ensino básico cuja base é a teoria educacional de Tsunessaburo Makiguti de que a criança deve ser feliz enquanto estuda. Por meio da parceria entre a sociedade-escola-família em instituições públicas de São Paulo, o projeto tem alcançado resultados extremamente positivos.

Por BSGI Brasil


Série: Religiões - Sociedade Teosófica do Brasil

A Sociedade Teosófica (S.T.) foi fundada em Nova Iorque, E.U.A., em 17 de novembro de 1875, por um pequeno grupo de pessoas, dentre as quais se destacavam uma russa e um norte americano: a Sra. Helena Petrovna Blavatsky e o cel. Henry Steel Olcott, seu primeiro presidente.

Em 1878 o cel. Olcott e a Sra. Blavatsky partiram para a Índia. Em 3 de abril de 1905, foi estabelecida legalmente a sede internacional da S.T. no bairro de Adyar, na cidade de Chennai (antiga Madras), estado de Tamil Nadu, no sul da Índia, onde permanece até hoje.

Organização e atividades

Com mais de um século de existência, a S.T. espalhou-se por cerca de sessenta países em todos os continentes. Internacionalmente, a S.T. está organizada basicamente em Seções Nacionais, e estas, por sua vez, compõem-se de Lojas e Grupos de Estudos.
A maioria das Lojas e Grupos de Estudos da S.T. realiza reuniões públicas com palestras, cursos, debates e outros eventos deste tipo, bem como atividades de confraternização entre os seus membros e simpatizantes, sempre em conformidade com seus três objetivos. Além disto, em geral, contam com bibliotecas para facilitar estudos e pesquisas.

Não há religião superior à Verdade

Este é o lema da Sociedade Teosófica (S.T.), o qual foi traduzido do sânscrito – Satyan nasti para Dharmah. A palavraDharma foi traduzida como religião, mas também significa, entre outras coisas, doutrina, lei, dever, direito, justiça, virtude. Portanto, em sentido amplo, o lema da S.T. afirma que não há dever ou doutrina superior à Verdade.

A Fraternidade Humana: primeiro objetivo

Desde os primeiros dias de sua fundação, ainda no século passado, a S.T. estruturou-se sobre o amplo princípio humanitário da Fraternidade Universal; "uma instituição que se fizesse conhecida em todo o mundo e cativasse a atenção das mentes mais elevadas".
Encontra-se nos escritos daqueles primeiros tempos a afirmação de que “é a Humanidade que é a grande órfã, a única deserdada sobre esta Terra – e é dever de todo homem capaz de um impulso altruísta fazer algo, por menor que seja, pelo seu bem-estar”. Por esta razão, o seu primeiro objetivo está formulado da seguinte maneira:

“Formar um núcleo da Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor”.

A busca da Verdade: segundo e terceiro objetivos

Os demais objetivos da S.T. apontam na direção de uma “livre e corajosa investigação da Verdade” e estão formulados como segue:
“Encorajar o estudo de Religião Comparada, Filosofia e Ciência”;
“Investigar as leis não explicadas da Natureza e os poderes latentes no homem”.
Liberdade de pensamento


Uma vez que a investigação da Verdade somente pode ser de fato empreendida numa atmosfera de liberdade, a S.T. assegura aos seus membros o direito à plena liberdade de pensamento e expressão, dentro dos limites da cortesia e de consideração para com os demais.
Como a Sociedade Teosófica espalhou-se amplamente pelo mundo civilizado, e como membros de todas as religiões tornaram-se filiados dela sem renunciar aos dogmas, ensinamentos e crenças especiais de suas respectivas fés, é considerado desejável enfatizar o fato de que não há nenhuma doutrina, nenhuma opinião, ensinada ou sustentada por quem quer que seja, que esteja de algum modo constrangendo qualquer de seus membros, nenhuma que qualquer deles não seja livre para aceitar ou rejeitar. A aprovação dos seus três objetivos é a única condição para a filiação.

Independência da Sociedade Teosófica

Uma vez que a Fraternidade Universal e a Sabedoria são indefiníveis e ilimitadas e, desde que há completa liberdade de pensamento e ação para cada membro da Sociedade, esta busca sempre manter seu próprio distintivo e único caráter, permanecendo livre de filiação ou identificação com qualquer outra organização.

Por Sociedade Teosófica do Brasil

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