Ministro elitista e racista!
Por Fábio Carvalho
Você está na fila de um caixa eletrônico, atrás da linha amarela. A pessoa que usa o caixa tem delírio persecutório porque está fazendo uma "transação pessoal", dá chilique, arranca teu crachá e você é demitido uma hora depois.
Você é um estagiário, casualmente negro, e a pessoa que te arranca o crachá aos berros, além de branca, é ministro do STJ. Tem foro privilegiado. Instado a se manifestar, o procurador-geral da República pediu o arquivamento da ação penal.
Um magistrado que arranca o crachá de um estagiário não tem objetivo de humilhá-lo, "mas apenas o de conhecer sua identificação". É o famoso sabe com quem está falando. E o fato de você ter sido demitido? "Precariedade de função": também conhecido como quem mandou ser estagiário. As aspas são da lavra de Roberto Gurgel e demoraram 2,5 anos para serem formuladas em parecer tornado público numa sexta-feira de papa Francisco no Brasil. Essas coisas sempre acontecem antes do final de semana, velha estratégia para conter repercussões.
Agora você imagina se o estagiário Marco Paulo de Souza (foto), o sujeito de função precária, tivesse arrancado uma linha branca da toga preta do ministro Ari Pargendler. Eu não tenho dúvida de que seria dada contra o estudante voz de prisão.
Roberto Gurgel, definitivamente, não vai deixar saudades. Que ainda haja ministros no STF para rechaçar seu pedido de arquivamento (muidifiço)

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