17 de jan. de 2014

'Juventude quer sair da periferia e ir à cidade que é dela'

'Juventude quer sair da periferia e ir à cidade que é dela', diz Netinho de Paula
Seguranças barram acesso de jovens pobres
a shopping de São Paulo: cidadania proibida
Secretário da Promoção da Igualdade Racial de São Paulo diz que uma parceria com o Ministério Público vai mediar relação dos jovens com os shoppings, com quem a prefeitura se reúne dia 22

por Eduardo Marretti, da RBA 

rio caracteriza o fenômeno como "carregado de inocência. "Eu diria que esse é o mais genuíno e puro movimento de juventude no país nos últimos anos. Eles não estão lá para fazer quebra-quebra, para tumultuar. Nem imaginavam que iam reunir tanta gente."

Perguntado se considera que a reação dos comerciantes, da administração dos shoppings e de parcela significativa da classe média contra o fenômeno decorre de racismo ou ódio de classe, o secretário foi cauteloso. "Só vou ter uma opinião em relação a ser racista ou não dependendo da posição que os shoppings vão tomar nessa reunião que convocamos junto com o Ministério Público."

Netinho de Paula afirma não ter ainda uma interpretação definitiva a respeito dos rolezinhos e da repressão que vêm provocando. “É um fato social e fato social leva tempo para ser interpretado. A juventude quer sair da periferia e ter acesso à cidade, que é dela. E quando ela vai a um espaço em que se planejou para ir, é posta para fora e chamam a polícia.”

Para Netinho, não é a carência de lazer na periferia o que está motivando os rolezinhos. “Não é uma reclamação deles no momento”, garante. “A atual gestão tomou uma atitude de chamar a juventude para o diálogo, retomar os caminhos de comunicação com a juventude. O prefeito decidiu radicalizar na abertura dos espaços públicos pra que possam ser utilizados da melhor forma por todos”

Os rolezinhos surgiram espontaneamente como proposta de diversão, mas os encontros dos jovens ganharam caráter político depois das repressões violentas da Polícia Militar, após os centros comerciais conseguirem liminares na Justiça autorizando o impedimento das concentrações de jovens convocadas pelas redes sociais.

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